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Coiab e PDPI lançam Cd União dos Povos

Coiab- Manaus-AM
07 de Fev de 2004

O Cd União dos Povos, lançado no dia 05 de novembro de 2003, pela Coiab, em Manaus, por ocasião do I Fórum Permanente dos Povos Indígenas da Amazônia "Políticas Publicas do Estado Brasileiro na Visão dos Povos Indígenas", já está a disposição do publico, na sede da Coiab pelos telefones (92) 233 0749 e (92) 233 1171 ou no PDPI pelo telefone (92) 644 1541, pelo valor de R$ 25,00 para os moradores de Manaus, e R$ 50,00 para outras localidades, já incluídos despesas de correio. O Cd reúne canções dos povos Tukano e Tariano, do Alto Rio Negro; Saterê Mawé, do Baixo Amazonas; e Ticuna, do Alto Solimões.

Esta é a primeira gravação de música indígena lançado em Manaus, como resultado da parceira entre a Coordenação das Organizações indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e o ( Projetos Demonstrativos dos Povos Indígenas(PDPI), visando o resgate da cultura indígena na Amazônia.

A música dos povos indígenas da Amazônia está relacionada aos mitos que enfatizam muitas vezes, a sua origem divina. Está também ligada à dança como é o caso das músicas do povos Tariano e Sateré-Mawé, as quais foram gravadas nos dias 06, 07 e 09 de março de 2003, na Maloca Tarumã, nas margens do rio que eleva o mesmo nome, nas proximidades de Manaus. Por isso as musicas incluem o som de grilos e o crepitar o fogo.

Tariano

As músicas do povo Tariano, são executadas no cerimonial "Dabucuri", que é a festa de ofertas de frutas e artefatos. Alguns cantos são coletivos, para oferta de bebida tradicional (caxiri), chorar o defunto e ninar. A maioria dos cantos individuais são inventados na hora (poesia espontânea). Todos os instrumentos, tanto flautas como tubos de ritmo, Jaboti, cabeça de veado são tocados por aqueles que aprenderam sozinhos. Os pais não dão aula, se aprende nos momentos de festa a tocar e fazer os instrumentos. Outras musicas são sagradas, próprias para rituais de Jurupari e do Yapurutú, onde é louvado o Deus Jurupari.

Tukano
Segundo a tradição, a Criadora Ye´Pâ, apareceu dentro do redemoinho, onde existia a voz musical, que soava vários tipos de musicas. Nesse tempo a musica saía através de vários orifícios do corpo dela. Nos tempos atuais os velhos pajés, com cantores de vários sibs (clãs), costumam cantar durante o verão, lembrando s mitos da criadora Ye´Pâ, com vários instrumentos musicais.

Sateré-Mawê

As canções dos Saterê Mawé, narram o ritual de passagem dos jovens para a fase adulta. A festa acontece duas vezes por ano, de seis em seis meses (junho e dezembro). Durante esse período todos cantam, dançam, comem comidas típicas como peixe e bebem xibé, açaí, patauá e sapó - guaraná ralado na cuia, além do Tarubá, bebida feita da massa de mandioca. O ritual começa pelo inicio da noite e pode durar até oito dias dependendo da quantidade de jovens que irão fazer a passagem.

Ticuna

A musica Ticuna começou num tempo em que o mundo ia acabar. O Deus Yo`i, organizou o povo dele, organizou a vida e ensinou as tradições. Viu que os filhos dele já estavam grandes e resolveu ter duas filhas. Como o mundo diminuía cada vez de tamanho, Yo`i, começou a dançar para, com seus pés, fazer, passo a passo, a terra voltar ao tamanho normal. Assim deu inicio ao ritual da moça-nova, em homenagem às suas filhas. O ritual tem, a função de sustentar o mundo, segundo as leis do Deus Yo'i, no momento em que o mundo corria o risco de acabar, pelas maldades do homem que estava mexendo com as tradições e com a natureza. O mundo foi ficando pequeno, diminuindo de tamanho. O Deus Yo'i segurou o mundo com os passos de sua dança, para voltar ao normal e ensinou seu povo, através da musica, a tradição que o povo Ticuna preserva até hoje.

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