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Clima pode causar megarrecessão

OESP, Vida, p. A24
27 de Out de 2006

Clima pode causar megarrecessão
Sem corte de emissões haverá ruína financeira, diz relatório

The Guardian

As mudanças climáticas poderão fazer a economia mundial entrar na maior recessão da história recente, alerta Nicholas Stern, ex-economista-chefe do Banco Mundial, que divulgará um relatório na segunda-feira. Ele advertirá os governos sobre a necessidade de atacar os problemas, reduzindo as emissões de poluentes para evitar uma ruína financeira. Suas conclusões vão contra, por exemplo, o argumento do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, que se recusou a ratificar o Protocolo de Kyoto porque prejudicaria a economia do país.

Segundo David King, consultor científico do governo inglês, que teve acesso ao relatório, se nada for feito, o mundo enfrentará um problema econômico que não se via desde a grande depressão e as guerras mundiais. O estudo ressalta a ameaça representada pela elevação no nível do mar. 'É preciso examinar o impacto que isso terá sobre as economias nos lugares onde cidades serão inundadas. Isso provocará o deslocamento de centenas de milhões de pessoas'.

'Este não é apenas um problema ambiental', concordou a secretária de Relações Exteriores da Inglaterra, Margaret Beckett. 'É um problema da Defesa e para aqueles que lidam com economia e desenvolvimento, prevenção de conflitos, agricultura, finanças, moradia, transporte, inovação, comércio e saúde'. Segundo o relatório, investimentos em tecnologias que produzem baixa emissão de carbono poderão estimular a economia global. 'A análise de Stern surpreenderá em termos do custo relativamente baixo da ação', disse King.

Segundo especialistas, será necessária uma tomada de decisão coletiva entre os países mais importantes sobre o que fazer em relação aos problemas climáticos. Para King, a situação pode ser comparada à anterior ao tsunami que devastou ilhas do Oceano Índico. Um mês antes, segundo ele, uma delegação avisou os governos da região sobre o perigo representado pela atividade tectônica subaquática. Nenhum deles resolveu agir.

OESP, 27/10/2006, Vida, p. A24

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