Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
Autor: LUIZ VALÉRIO
19 de Jul de 2002
"Não vamos mais aceitar a exploração das riquezas nacionais pelos interesses internacionais", essa afirmação foi proferida pelo presidenciável Ciro Gomes (PPS), durante sua visita a Boa Vista ontem. Ciro disse que, se eleito presidente, governará o Brasil "com um pé na Amazônia".
O presidenciável afirmou ainda que, no seu governo, não permitirá que entidades internacionais digam como gerir as riquezas da Amazônia brasileira. "O meu governo terá uma presença constante na região Norte para guardar as nossas fronteiras. Eu vou sentar praça aqui", disse.
Ciro afirmou que pode descartar a ajuda de entidades internacionais interessadas na preservação da Amazônia. "Eu não aceitarei que entidades internacionais venham dizer aos brasileiros como guardar suas populações indígenas", discursou, prometendo tratar com mais carinho a questão da demarcação das terras indígenas.
Do aeroporto, Ciro Gomes seguiu em carreata pelas ruas da cidade até o comitê da "Frente Trabalhista", do qual participou da inauguração. Foi uma solenidade breve marcada apenas pela fala de Ciro, igualmente rápida.
Durante a sua fala, enalteceu o povo roraimense, "que guarda as fronteiras do Brasil e nem sempre tem o respeito e reconhecimento merecidos". O presidenciável disse que a sua vinda a Roraima significava um convite e uma convocação que ele está fazendo aos brasileiros para que o país retome os caminhos da mudança.
"Hoje, no Brasil, temos 11 milhões e 700 mil desempregados; a soma dos salários dos trabalhadores encolheu 11%; a violência e o crime organizado tomam conta da sociedade; as epidemias voltaram a assolar o país, como é o caso da dengue", enumerou. "Então, temos que nos unir ao povo brasileiro no caminho da mudança", complementou.
Ciro ainda participou de um almoço onde concedeu entrevista coletiva à imprensa. Indagado sobre a problemática da extração mineral na região, Ciro disse que essa é uma questão que precisa ser estudada e que "este não é um assunto para palpiteiro falar".
POLICIAIS - Na opinião de Ciro Gomes, os policiais federais insatisfeitos com a criação de uma guarda nacional devem evitar fazer greve, pois essa atitude contraria a Constituição Federal, que proíbe que as polícias façam paralisação.
No entanto, disse que a queixa dos policiais federais faz sentido, porque a instituição só possui um efetivo de cinco mil homens e faltam recursos inclusive para abastecer os carros.
"A sociedade brasileira hoje está insegura. O narcotráfico e o crime organizado começam a fazer sede e ninho no tecido social do país, e isso não era assim. Então, a nossa solidariedade aos federais vai até a hora em que eles deixarem de cumprir a lei. Eles devem protestar, mas de uma forma que continue obedecendo a Constituição", disse.
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