Folha de Boa Vista- RR
28 de Ago de 2001
O coordenador do CIR (Conselho Indígena de Roraima), Jacir José de Souza, nega que os índios ligados à entidade estejam querendo atacar o quartel. "Não está acontecendo nenhum movimento por parte da comunidade. Isso é tudo muito estranho. Estamos esperando a decisão da Justiça", disse.
A comunidade de Uiramutã enviou ontem mesmo uma carta à Funai (Fundação Nacional do Índio) e ao CIR relatando o que havia acontecido. O indígena Osmário Lima Batista, genro do tuxaua Orlando Pereira, conta na carta "que os soldados soltaram um fogo artificial e que após uns minutos levantou fogo naquele local".
Em seguida, o índio afirma que o carro do Exército desceu em alta velocidade indo em direção ao acampamento. "Seis minutos depois, voltou o caminhão e uma Toyota em direção aonde estava o fogo". Contam ainda que houve tiroteios e que os moradores se concentraram na praça em um clima de terror.
"O boato é que os índios tinham tocado fogo no trator para chamar a atenção dos moradores. Quando todos estivessem no local, tocariam fogo no prédio da escola", conta Osmário, ao salientar que quase todos na aldeia estavam dormindo na hora do incidente e que esses "são atos que tentam incriminar os índios da Raposa/Serra do Sol.
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