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CIR nega acusação da Sodiur e diz que movimento é pacífico

Folha de Boa Vista
27 de Jun de 2007

O coordenador-geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Dionito José de Souza, negou a acusação da liderança da Sodiur em relação a uma possível invasão à fazenda Faccio, na região do Surumu.

Dionito explicou que um grupo de aproximadamente 150 índios ligados ao CIR interditou desde sexta-feira, 22, o acesso à Maloca Barro, sede da região Sumuru, na terra indígena Raposa Serra do Sol. O movimento, segundo ele, é pacífico e exige a retirada imediata dos rizicultores e demais não-índios da área.

Dionito contou que os índios que se encontram na Maloca do Barro são de aldeias distintas ligadas ao CIR e que chegaram ao local para apoiar os índios que foram ameaçados e tiveram a construção de suas casas destruída no início deste mês.

Essas casas ficam em uma aldeia nova na comunidade de Parawani (perto da fazenda de arroz). Ele disse que os agressores chegaram ao local, destruíram tudo, dispararam armas de fogo e ameaçaram os índios que se encontravam na comunidade. Nesta confusão, dois jovens da comunidade teriam desaparecido (um menino de 12 anos e um rapaz de 19 anos) e os índios teriam pedido ajuda das aldeias vizinhas para localizá-los e reconstruírem as casas.

"Os jovens foram localizados posteriormente, mas o grupo decidiu organizar uma manifestação em prol da retirada imediata dos não-índios da Raposa Serra do Sol, inclusive dos arrozeiros. Ao contrário dos agressores que estiveram na área, destruindo casas e disparando tiros, não estamos realizando um movimento de violência, não queremos agredir ninguém, apenas exigimos que seja cumprida uma determinação do Governo Federal", enfatizou Dionito.

Ele disse também que os índios que se encontram na Maloca do Barro irão se instalar nas casas indenizadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai), já que toda a área está abandonada.

O coordenador lamentou a posição da Sodiur que, segundo ele, fala e luta contra seus próprios direitos. "Fico triste porque nossos parentes deixam de defender seu povo para lutar por outro povo, por um grupo de poderosos que não se interessam por nossas causas", acrescentou.

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