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Cinema e TV apoiam preservação

O Diário Online (SP) - http://odiariodemogi.inf.br
Autor: Renato de Almeida
24 de Jul de 2011

"Ver os rios como se fossem o nosso supermercado". Esta foi uma das principais lições deixadas pelos índios do Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso, ao cineasta Cao Hamburguer, durante as filmagens de "Xingu- O filme", que chega aos cinemas em janeiro de 2012. Para ele, é fundamental uma mudança de postura da população em relação ao consumo dos recursos naturais e, neste processo, as produções cinematográficas e televisivas têm grande importância. O diretor participou, na manhã de ontem, de uma audiência sobre sustentabilidade, realizada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), na sede da Associação de Amigos de Taiaçupeba (SAT). A atividade, que teve como tema a educação e a cultura na preservação dos mananciais, fez parte da programação do Distrito para a segunda edição do Festival de Inverno Serra do Itapety.

"Este filme tem muito a ver com esta temática ambiental e dará uma ajuda importante na discussão da preservação das águas e rios brasileiros, já que o Rio Xingu corre riscos pela construção da Usina de Belo Monte (no Pará)", diz Hamburguer.

"Durante as filmagens, tive grande contato com o povo indígena daquela região e chega a ser emocionante a relação que eles têm com o rio, com muito cuidado, carinho e respeito", acrescenta.

"Teremos mais uma hidrelétrica, indústrias e lâmpadas acesas. Contudo, é necessário revermos esta noção de progresso e nossos hábitos de consumo. Nosso conceito de felicidade é ligado a 'ter coisas'. Enquanto isso, os índios nos ensinam que o ser humano pode ser feliz de outra maneira e, para eles, ter poucas coisas não é sinal de pobreza, mas sim de esperteza", relata o cineasta.

Após sua explanação na audiência, em entrevista a O Diário, Hamburguer avaliou o papel que o cinema brasileiro tem na conscientização de preservação aos mananciais. "Os filmes já estão acompanhando esta tendência de tratar desta temática ambiental, muitas vezes indiretamente, mas sempre de uma forma bonita e doce", observou.

Para ele, que dirigiu o programa "Castelo Rá-Tim-Bum", da TV Cultura, a televisão também participa deste processo, sendo que a mensagem é absorvida com mais facilidade pelo público infantil. "Tal como a sociedade vem se preocupando mais com a proteção do meio ambiente nos últimos anos, os programas de TV acompanham esta tendência há algum tempo. Contudo, é necessário ter cuidado nesta abordagem, para que não se torne algo chato", disse.

"As crianças são mais sensíveis a este tipo de assunto, talvez porque sintam, mesmo que inconscientemente, que elas têm a ver com isso e que o futuro do mundo está em jogo", completou.

Esta audiência, que reuniu cerca de 100 pessoas, foi a 27ª realizada pela Sabesp nesta série, com objetivo de incentivar projetos sociais, culturais e esportivos voltados à sustentabilidade. O assessor de Meio Ambiente do órgão estadual, Marcelo Morgado, destacou o Programa Corporativo de Redução de Perdas de Água da Sabesp, que visa diminuir o desperdício no Estado de São Paulo de 13% para 26% até 2019. "Para reduzir o consumo e haver preservação, no entanto, a educação ambiental é fundamental", declarou.

http://odiariodemogi.inf.br/cidades/noticia_view.asp?mat=30855&edit=6

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