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Cimi realiza assembléia geral

Cimi
07 de Ago de 2001

Nesta semana (de 6 a 10 de agosto) o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) está reunido em Assembléia Geral, em Luziânia - GO, reunião bi-anual, que este ano marca o início das celebrações pelos 30 anos que a entidade completa em abril de 2002 (mesmo ano em que a Campanha da Fraternidade terá os povos indígenas como tema). Até o momento estão presentes 100 missionário dos 11 regionais do Cimi, espalhados pelo país e cerca de 20 indígenas de vários povos. Aqui na Assembléia temos também a presença de D. Pedro Casaldáliga (bispo de São Félix do Araguaia- MT) e de D. Tomás Balduíno (bispo emérito de Goiás Velho - GO), D. Apareciddo José Dias (bispo de Roraima) e D. Heriberto Hermes, de Tocantins, além do presidente do Cimi, D. Franco Masserdotti, bispo de Balsas-MA.
No dia 10, sexta-feira, o Cimi vai lançar em Brasília o livro "Outros 500, Construindo uma Nova História", que mostra uma nova versão da história da conquista, denunciando a política genocida do governo brasileiro, ao longo da história recente, e apresenta a luta dos povos indígenas no Brasil, sobretudo a dos povos ressurgidos. O lançamento acontece no auditório da CNBB.
O tema desta Assembléia - a XIV - é "As bases para a construção dos Outros 500".
Durante estes dias o Cimi vai avaliar o trabalho missionário realizado nestas três décadas junto aos povos indígenas e os desafios para os próximos 500 anos. A conjuntura na qual nasceu o Cimi, da ditadura militar, mudou para o neoliberalismo, no qual os povos indígenas somaram-se aos milhares de excluídos que o sistema criou.
Apesar da mudança de cenário, o trabalho do Cimi ainda é pela demarcação e proteção dos territórios indígenas, em respeito aos seus direitos originários e constitucionais. Atualmente o Cimi tem cerca de 500 missionários trabalhando em 185 áreas indígenas e mais de 300 aldeias.
O Cimi estima que a população indígena esteja em mais de 500 mil pessoas, vivendo em 756 terras. Nestes dados estão incluídos os povos "ressurgidos" - grupos indígenas que durante todos estes anos foram forçados ao anonimato, realizando rituais às escondidas, com medo da repressão do Estado, da polícia e das Igrejas.
A Funai resiste em reconhecer estes números. Especialmente o governo Fernando Henrique Cardoso, que a cada ano reduz o orçamento oficial para demarcação e proteção das terras indígenas, tende a não acrescer mais a listagem de terras e de povos reconhecidos no Brasil.
Mas ao lado da luta pela demarcação das terras indígenas contra o avanço do latifúndio, o Cimi escolhe o apoio aos ressurgidos como uma das prioridades de trabalho.

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