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Centenas de índios que ocupam prédios em São Luis aguardam presidente da Funasa

Viaecológica-Brasília-DF
01 de Nov de 2003

Os mais de 380 índios que ocupam prédios públicos e de uma ong em são Luis (MA) resolveram esperar até segunda-feira a chegada de interlocutores do governo. Eles ocupam as duas sedes da Funasa no bairro do Apicum e na Jordão e o terceiro prédio onde funciona o escritório da organização não governamental Pró-Vida (Instituto de Cooperação Pró-Vida), localizado no segundo andar do Dunas Center, no bairro da Cohama. Dizem que ficarão aguardando para segunda-feira a chegada à capital maranhense do novo presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Valdir Camarcio. Ele virá discutir a situação da assistência à saúde com os índios das tribos Krikatis, Gaviões, Canelas, Guajá, Caiapó e Timbiras, que vivem em 17 reservas, das quais 82% demarcadas, 12% em processo de demarcação e 6% ainda sem demarcação. No Maranhão, vivem cerca de 22 mil índios em sete povoados. Os índios que ocupam os prédios públicos para reivindicar o respeito a direitos como o repasse de verbas destinadas às aldeias, além do afastamento do atual diretor do órgão. Ontem, no final do dia, os índios invadiram uma sala na sede da Funasa, onde funciona a organização Pró-Vida, de onde levaram fardos de pão e caixas de água mineral. "Estas coisas foram compradas com o nosso dinheiro, que era para a assistência nossa e, portanto fomos buscar o que é nosso. Não roubamos nada", afirmou o cacique José Alderico Pompeu, de Barra do Corda. Os negociadores da Funasa, enviados de Brasília para resolver o problema da saúde dos índios informaram que os recursos, da ordem de R$ 1,27 milhão, foram liberados para convênios com oito das dez ONGs que trabalham com os índios. O assessor da presidência da Funasa, César Donizetti, informou que as outras reivindicações dos manifestantes serão atendidas a partir da implantação do novo modelo, que está sendo discutido. "Hoje, a assistência é toda feita pelas entidades. A idéia é usar os serviços das ONGs de forma complementar. Contudo, precisamos esperar o fim de alguns contratos para começar a implantar as mudanças", explicou. O órgão executor da política indígena, que a Funai, vem passando por crises há vários anos. O presidente anterior, Eduardo Almedia, saiu por pressão do governo do Mato Grosso, que pretendia retardar o processo de demarcação de terras indígenas. A falta absoluta de recursos também teve sua parcela de culpa, levando os indios a exigirem a presidência do órgão - como se isto resolvesse quando não há orçamento. (Veja também www.funai.gov.br, www.radiobras.gov.br, www.cimi.org.br, www.kaninde.org.br, www.socioambiental.org, www.funasa.org.br)

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