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Ceará usará biodiesel de mamona para iluminar comunidades rurais

FSP, Agrofolha, p. B10
31 de Ago de 2004

Ceará usará biodiesel de mamona para iluminar comunidades rurais
Localidades que vivem às escuras serão beneficiadas

Kamila Fernandes
Da agência Folha, em Fortaleza

A produção industrial do biodiesel de mamona foi iniciada no interior do Ceará na semana passada, para ser utilizada na geração de energia elétrica em comunidades rurais que ainda hoje vivem às escuras.
A primeira comunidade a ser beneficiada será a de Serrinha de Santa Maria, em Quixeramobim (224 km de Fortaleza), onde foi instalada a primeira usina de beneficiamento de mamona para a produção do biodiesel no Estado.
A produção ainda é pequena, de 320 litros de óleo por dia (a capacidade da usina é de 800 litros por dia), abastecida por uma área plantada de 70 hectares.
A idéia é que, com a experiência, seja verificada a viabilidade econômica do biodiesel da mamona para a geração de energia, por meio de termelétricas, e para outros fins, como em tratores e outros motores, até que seja regulamentada a mistura do biodiesel ao diesel comum vendido em postos de combustíveis.
"Essa será uma medida importante para alavancar a economia de Estados como Ceará e Piauí, que começam a investir no plantio da mamona", disse Carlos Alberto Pinheiro, gerente do Projeto Mamona, do governo do Ceará.
O investimento para o início da produção industrial foi de R$ 1,5 milhão, num convênio do governo do Estado com um consórcio de cinco empresas termelétricas, o Cenp-Energia.
A própria fazenda Normal, onde está havendo a produção do biodiesel, tem sua energia gerada pelo óleo da mamona ainda em estado bruto.
O plantio da mamona deu um grande salto, de 2003 para este ano, com a expectativa do início da produção industrial do biodiesel. No ano passado, a plantação restringia-se a 1.937 hectares, com volume de 1.638 toneladas de mamona. Em 2004, o número já subiu para 8.277 hectares plantados em 65 municípios do Estado, com colheita estimada de 8.000 toneladas. O governo estima que, em 2005, a área total plantada dê um salto para 30 mil hectares e, em 2006, para 50 mil hectares.

FSP, 31/08/2004, Agrofolha, p. B10

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