Casos de tuberculose diminuem

A incidência de casos de tuberculose entre os cerca de 440 mil indígenas brasileiros diminuiu. A média de casos para cada cem mil passou de 267,5 no ano 2000 para 122,5 em 2004. Os dados foram apresentados na Primeira Oficina de Avaliação de Controle da Tuberculose nos Distritos Sanitários indígenas, realizada ontem e hoje em Belém, com a participação de delegações de todo o Brasil.

A saúde dos povos indígenas é responsabilidade da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Para melhorar a assistência, o órgão dividiu as tribos em 34 distritos, sendo que quatro deles localizados no Pará. Para combater a tuberculose nas aldeias, há cinco anos a Funasa está promovendo a capacitação de lideranças que se tornaram capazes de reconhecer os sintomas e colher material para exame, enviando-o para o posto de diagnóstico mais próximo. Os indígenas voluntários também acompanham o processo de cura dos doentes, para que eles não abandonem o tratamento.

Joaquim Curuaya, que vive em uma aldeia de 150 moradores em Altamira, participou do treinamento no início do ano. "O combate avançou bastante, o trabalho está sendo muito bem feito. Na minha aldeia tivemos dois casos, que foram tratados", relata.

De acordo com o chefe do Departamento de Saúde Indígena da Fundação Nacional de Saúde, José Maria de França, a incidência da tuberculose entre a população indígena já é menor do que a média da população brasileira em geral e está dentro dos índices recomendados pela Organização Mundial de Saúde. Afirmando que "praticamente" 100% dos indígenas brasileiros foram vacinados contra a doença, ele explica que a BCG nem sempre representa imunização total, podendo ser ineficaz em 20% dos casos.