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Casai/SP encerra evento com manifestações culturais

Funasa
15 de Abr de 2008

A Casa de Saúde Indígena (Casai) de São Paulo, por meio da equipe do Programa de Atividades Cotidianas, encerrou a programação da II Semana dos Povos Indígenas, na última sexta-feira (11/4), com duas apresentações culturais e um almoço de confraternização para os pacientes, acompanhantes e convidados.

Pela manhã, um grupo de indígenas da etnia Pankararu, originária de Pernambuco, fez uma apresentação típica de dança e canto, regida pelo líder da comunidade em São Paulo, Manoel Alexandre Sobrinho, mais conhecido como Bino. Segundo ele, tudo nessa manifestação cultural tem um significado específico, desde os trajes e movimentos dos participantes até o maracá (chocalho) e os versos cantados pelo chefe na língua de origem. "Para nós, esse canto são as vitórias que temos conseguido pelo nosso mundo ao sairmos da aldeia para tentar a sorte. Quando eles estão em roda, dançam e conversam entre eles, quando vêm para a parede, agradecem pelo canto que eu estou fazendo", revela.

Somente homens, entre crianças e adultos, podem participar da cerimônia trajando as vestes típicas, os praiás, feitos de palha pelos próprios indígenas. As mulheres acompanham a dança, mas sem vestimenta especial, assim como fizeram algumas indiazinhas e a estudante de Artes Visuais Larissa Isidoro Serradela, uma das responsáveis pelo Programa de Atividades Cotidianas. "Eu fiquei arrepiada desde o começo, quando eles começam a dançar. A dança é muito bonita, o canto é forte e intenso, tem um ritmo que vai te chamando. Na hora que deram abertura para todos dançarem, acabei indo e foi demais", afirma.

Houve um cardápio especial sugerido pelos indígenas para a festividade. No almoço, foram preparadas comidas típicas como mandioca, batata-doce e milho cozido. Na parte da tarde, foi oferecido um banquete com frutas, beijus, sorvete e bolo.

A última apresentação do evento foi realizada pelo Coral de crianças Guarani, da aldeia Tenonde Porã, localizada na capital paulista. Formado por 8 crianças (voz) de 8 a 13 anos, e 2 jovens (instrumento), o grupo transmitiu mensagens sobre a relação entre o homem e a natureza. "A gente fala sobre como o mundo de hoje é difícil, sobre a poluição e todos os seus problemas", relata o indígena Dirceu, um dos músicos do coral.

Para a Pedagoga Dora Pankararu, que também integra a equipe responsável pelas atividades cotidianas junto aos indígenas, a semana de oficinas foi importante para mostrar as especificidades e particularidades de cada um. Todos têm suas atribuições, percebem seu valor fora da aldeia, aprendem nossa forma de organização para nos auxiliar. Eles aceitaram todos os convidados e propuseram a alimentação específica de hoje”, conta.

A Semana dos Povos indígenas é uma iniciativa da Casai - SP. Para Dora, essa mobilização deveria ser adotada por outras Casais. "Como a casa trabalha uma questão específica, um momento único tem que existir. Não só em são Paulo, mas em todo lugar", completa.

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