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CASA DO ÍNDIO - Hutukara denuncia falta de remédios

Folha de Boa Vista - www.folhabv.com.br
Autor: Vanessa Brandão
18 de Jun de 2008

O tesoureiro da Organização Não-Governamental Hutukara Associação Yanomami, Dário Vitório Xiriana, esteve na Folha com um grupo de índios Yanomami para denunciar a falta de medicamentos da Casa do Índio (Casai) que, segundo ele, já dura três meses.

Em mãos, Dário mostrou uma lista de 93 medicamentos que estariam em falta na instituição. "Os Yanomami ficam lá à toa, só comendo, porque não tem medicação para serem tratados", disse. Ele relatou que já esteve no local várias vezes e a informação repassada é a de que o pedido de urgência já foi feito, mas a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) teve problemas com a entrega da medicação em Brasília, provocando o atraso.

Dário relatou que já houve casos de indígenas que foram removidos de suas comunidades para Boa Vista, a fim de receber tratamento médico, mas chegaram na Casai e não tinham como ser medicados.

Segundo ele, a Secoya, ONG responsável por prestar atendimento médico nas comunidades, também está sofrendo com a falta de medicação. "A Secoya não tem responsabilidade de comprar medicação, é a Funasa que tem que mandar remédio pra lá e não está mandando. Então o que o médico e enfermeiros ficam fazendo lá se não tem remédio? As famílias estão passando necessidade, e isso nos deixa muito preocupados, porque não está certo", disse.

Na lista de medicamentos que foram pedidos pela Casai estão diversos tipos de antibióticos como Amoxilina, Penicilina, Azitromicina, vitaminas como o Complexo B e Sulfato Ferroso, remédios para dor como Dipirona e Paracetamol e até Insulina ente outros.

FUNASA - O coordenador regional da Funasa, Marcelo Lima Lopes, disse que não existe nenhuma lista de medicamentos em falta na Casai há três meses e que apenas alguns itens estão em falta devido ao atraso no repasse de medicamento de Brasília para Roraima.

"Quando fomos informados dessa situação, imediatamente foi aberto um processo emergencial com ordem de compra e as empresas vencedoras têm até 15 dias para entregar a medicação", disse. Segundo ele, esse prazo vence no dia 23 de junho, quando a Casai já deve ser reabastecida.

Marcelo disse que a média diária de internos na Casa do Índio é de 400 pessoas e que ninguém sai de lá sem ser medicado. "Nós contamos com a parceria do governo e prefeitura, e cada um atua na sua área de responsabilidade. Principalmente através da parceria com a prefeitura, a Funasa tem conseguido solucionar alguns problemas e medicamentos que estão em falta", disse.

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