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Casa do Índio está caindo aos pedaços

Página 20-Rio Branco-AC
Autor: Edmilson Ferreira
09 de Nov de 2004

Instituição é a única unidade de referência para tratamento hospitalar das comunidades indígenas

A Casa do Índio, única unidade de referência hospitalar indígena do Acre, está caindo aos pedaços. Há quatro anos uma sucessão de administradores da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) promete reforma, mas a situação chegou ao seu pior momento com a ameaça de desmoronamento do chapéu de palha, o local mais procurado pelos índios nos momentos de descanso. "Para evitar uma tragédia, decidimos derrubar o chapéu", disse ontem o novo administrador da Casa, Francisco Correia, que tomou posse semana passada.

Correia já promoveu mudanças no local, tornando rigorosa a limpeza de todas as dependências. "Antes não era assim. Pelo menos está tudo limpinho", disse o superintendente da Funasa, Luiz Alberto, após reunião com Correia. Apoiado pela Fundação Nacional do Índio (Funai), o novo administrador tem a missão de promover a reforma da Casa - e há recursos disponíveis, na ordem de mais de R$ 300 mil, mas falta completar o processo de licitação que escolherá a construtora que irá reconstruir a unidade - e prevê que até o começo do próximo já tenha iniciado as obras.

A cerca está quase que totalmente destruída e já não oferece segurança aos pacientes e funcionários da Casa. "Se tivesse boa funcionaria como segurança", lamentou Correia, que pessoalmente acompanhou os jornalistas e mostrou cada um dos problemas do hospital. A Casa, que mantém média de 70 pacientes e acompanhantes, possui vigias.

O tratamento dentário é outra grande precariedade. O gabinete de odontologia é antigo em tudo, inclusive no sistema de cadastramento de pacientes. O francês Flávio Bernard, funcionário do setor há quatro anos, preenche as fichas com uma velha máquina de escrever - ou à mão. "Isso não existe mais", disse Bernard. O equipamento é o mesmo de há dez anos, quando a Casa foi inaugurada inclusive com a ajuda do Governo do Estado, administrado na época por Edmundo Pinto e Romildo Magalhães.

NOVA CASA - Há quatro anos a responsabilidade pela saúde indígena é da Funasa. Luiz Alberto viaja a Brasília esta semana, onde, entre outras coisas, reivindicará uma nova Casa do Índio a ser construída em Cruzeiro do Sul. "Queremos facilitar o atendimento para as comunidades do Vale do Juruá", disse o superintendente.

A Casa do Índio tem condições para realizar atendimento de baixa complexidade e conta com um enfermeiro e seis auxiliares que trabalham em três turnos. A maioria dos atendimentos refere-se ao tratamento de tuberculose e hepatite.

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