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Carnaval NDTV: Consulado traz resistência da lenda Aiuri-Cauã para a Passarela Nego Quirido

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Autor: VALESKA LOUREIRO E FELIPE BOTTAMEDI
11 de Fev de 2024

Quase estourando o tempo máximo, a Consulado, agremiação do Saco dos Limões, celebrou a história do guerreiro que preferiu a morte à escravidão
VALESKA LOUREIRO E FELIPE BOTTAMEDI
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FLORIANÓPOLIS
11/02/2024 ÀS 04H10 - Atualizado Há 3 dias

Era em torno das 2h25 quando a Consulado sacudiu a Passarela Nego Quirido com a narrativa rica e complexa da lenda indígena de Aiuri-Caua - um homem herói, símbolo da Amazônia, que se tornou lenda ao preferir a morte do que ser escravizado.
Quase estourando o tempo permitido de 1 hora e dez minutos, a agremiação do Saco dos Limões apresentou uma história que começa com uma tragédia, a morte de Aiuri-Caua, detalha a lenda da figura e encerra com um grande grito de afirmação.

A lenda é contada por meio de 1,5 mil componentes, distribuídos em 18 alas e balizados em três alegorias O enredo assinado pelo carnavalesco Raphael Soares se inspira na lenda de Aiuri-Cauá ou Aiuricaua, título do enredo, que significa enxame de marimbondo, grande colmeia, dando origem ao nome de Ajuricaba.

Segundo a direção, sob a presidência de Alexandre Martins Ferreira (Casinha), é colocar como protagonista um líder indígena responsável.

Sucedem-se alas que representam a chegada do herói entre os encantados, o voo de Mauarí, a noite estrelada, a profecia, entre outros elementos que formam uma história pouco difundida, segundo justifica a escola.

O encerramento é um dos momentos mais emocionantes do desfile: o carro alegórico que encerra o cortejo traz elementos Boi Garantido e Caprichoso, elementos do Festival Folclórico de Parintins que inspira o enredo, tal como um cacique no topo. É a representação da Terra Indígena, reforçada com os dizeres "Brasil Terra Indígena".

A velha guarda da escola povoa o carro da Consulado

"Eu não sei como explicar, eu simplesmente amo essa escola", manifesta Milton Lemos, no auge de seu trigésimo desfile pela Consulado no Carnaval de Florianópolis.

Rainha do Japão
Rainha de bateria da Grêmio Recreativo Escola de Samba Consulado, Thaynara Freitas, de 28 anos, literalmente atravessou o mundo por sua escola de coração. Ela, que mora no Japão, onde o marido joga futebol, todos os anos vem ao Brasil para a maratona do Carnaval em Florianópolis.

A rainha traz a figura de Dinahí, que emerge das águas com os guerreiros. Ela pode ser considerada uma versão feminina de Ajuricaba. Conta a história que a valente guerreira, em defesa do povo Manau, derrotou os indígenas da etnia Mura.

Tal façanha despertou a inveja de seus irmãos, que armaram uma emboscada. Para se defender, ela os eliminou, o que desagradou o velho Tuxaua. Ela foi condenada à morte e seu corpo foi atirado no encontro das águas do Rio Negro com o Solimões.

Show da Rainha Mirim
"Cria da Consulado", Alice Mello, de 7 anos, cresceu com o Carnaval como pano de fundo de sua infância. Filha de integrante da bateria e neta da coordenadora da ala infantil da escola, ela levantou o público da arquibancada e dos camarotes ao mostrar seu samba no pé.

Com a figura do Papagaio, ela representou e homenageou uma das tantas palavras de origem indígena incorporadas ao nosso vocabulário.

Em busca do gol após duas traves
O último da Consulado título veio em 2019, desde então vem batendo na trave para ganhar o Carnaval - em 2020, ficou em segundo lugar e no ano passado empatou com a União da Ilha da Magia, mas perdeu no desempate pelo quesito alegorias, ficando novamente em segundo lugar.

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