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Capacitação em avicultura familiar é realizada no interior do Amazonas

http://portalamazonia.globo.com
11 de Mar de 2011

As comunidades localizadas na área de influência do Gasoduto Coari-Manaus vivem um novo momento de desenvolvimento econômico desde a conclusão da obra. A partir de convênios de compensação ambiental firmados entre a Petrobras, empresa executora do empreendimento, e o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS), os municípios receberam recursos para investir em infraestrutura e projetos de geração de renda.

Dentre as ações de investimento, a criação de galinha caipira se tornou uma alternativa sustentável com geração de emprego e renda para moradores das comunidades rurais dos municípios de Anamã, Caapiranga, Iranduba e Manacapuru, beneficiando diretamente 100 famílias do interior (cerca de 500 pessoas). O programa de Avicultura Familiar iniciou em março de 2010 sob a coordenação do Professor Dr. Frank George Guimarães Cruz, engenheiro agrônomo e doutor em biotecnologia avícola, atuante na Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Até dezembro de 2010 foram instaladas 10 Unidades Demonstrativas de avicultura familiar envolvendo a ordem de R$ 300 mil, provenientes do convênio com a Petrobras para a implantação do programa. O projeto tem por finalidade produzir o máximo possível, com o menor espaço e menor tempo. As aves são criadas em regime de semi-confinamento.

Projeto

As comunidades envolvidas são: Nossa Senhora de Fátima, Boa Esperança e São José II, de Iranduba; São José do Calado, Palestina, Monte Horebe, Vale de Benção e Bom Jardim, de Manacapuru; comunidade de Vila Arixi, de Anamã; comunidade Membeca; de Caapiranga.

De acordo com a titular da SDS, Nádia Ferreira, o projeto foi executado de forma experimental anteriormente nas comunidades Braga e Betel, da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Piranha, município de Manacapuru. Após o êxito do programa, a SDS apostou na iniciativa e viabilizou a execução em outros municípios. "O objetivo deste programa é promover treinamento e capacitação de produtores em comunidades, com a finalidade de melhorar a qualidade da dieta alimentar das famílias e proporcionar alternativa de trabalho e renda aos produtores", explica Nádia Ferreira.

Na propriedade de cada comunitário foi construído um galinheiro com 6 m2 ( 2 X 3 m), com capacidade para 60 aves, totalizando 100 galinheiros. Cada comunitário recebeu três lotes de 60 pintos, totalizando 180. "É uma experiência gratificante para o corpo docente, discentes e técnicos da UFAM. As crias de pintos, por exemplo, cedidas às comunidades, são oriundas do banco genético do setor de avicultura da Faculdade de Ciências Agrárias", explica o professor Frank George Guimarães Cruz.

De acordo com ele, as galinhas caipiras do projeto são definidas pelas linhagens SC Cabocla1 (produção de carne); SC Cabocla 2 (produção de ovos); SC Cabocla 3 (produção de carne), e levaram 15 anos de estudo para o desenvolvimento, envolvendo genética, melhoramento e seleção de aves.

Capacitação

Nas capacitações os produtores aprenderam a difundir técnicas criatórias avícolas voltadas e adaptadas para a realidade regional; receberam orientações de como utilizar fontes alternativas regionais na alimentação das galinhas; e, foram ainda capacitados como agentes multiplicadores da criação de caipira galinhas.

O produtor rural Élson Sena Lopes, 54, nasceu em Manaus e se mudou para a comunidade Nossa Senhora de Fátima, em Iranduba (distante a 27 quilômetros) onde constituiu família. Para ele, participar do Projeto de alternativa de criação de galinhas caipiras, através da SDS e a UFAM, foi uma oportunidade de trabalho e renda.

"Nós aprendemos a fazer um galinheiro removível para ser utilizado em alagação, além de várias orientações de como pegar o ovo e criar a galinha. Eu recebi do Projeto, um total de 180 galinhas e destas tenho 70, porque precisei vendê-las ao custo de 25 reais cada, por questão de necessidade. Porém, antes eu ganhava no máximo 200 reais por mês e com esta capacitação a renda aumentou, atualmente ganho o suficiente para manter a minha família. Estamos investindo na avicultura para melhorar a situação. Todos os meses gasto 50 reais com uma ração especial para a galinha, que também se alimenta de restos de frutas. Tudo para que seu estrume se torne um adubo orgânico e nutritivo", disse.

Já o pescador Lourival Ramos de Paula, 53, da Comunidade Vale da Benção, em Manacapuru (distante a 68 quilômetros), contou que trabalha cerca de 40 anos apenas com o pescado, quando foi um dos selecionados a participar do Projeto, se sentiu lisonjeado, pois percebeu a chance de se tornar um empreendedor.

"A capacitação que recebi foi ótima, espero por outras que beneficiem diversas pessoas como eu. Recebi 180 galinhas, do qual tiro o sustento da minha família. A situação financeira melhorou. Eu ainda não havia trabalhado com a avicultura, aprendi que eu posso ter emprego a partir da galinha através da venda da carne, ovos e dos fertilizantes que saem através do estrume do animal, servindo de adubo para a agricultura. Percebi que tenho futuro nesse ramo e parabenizo as entidades formuladoras deste Projeto", afirmou.

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