Folha de boa Vista-Boa Vista-RR
Autor: RIBAMAR ROCHA
11 de Fev de 2004
Depois da visita da Comissão Externa do Senado, na semana passada, agora será a vez de uma comissão formada por Deputados Federais vir a Roraima acompanhar de perto a situação das comunidades envolvidas na demarcação da reserva indígena Raposa/Serra do Sol.
A Comissão Externa da Câmara Federal aprovou ontem o requerimento do deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR), que solicita a realização de uma visita à região da reserva.
Os deputados embarcam na próxima segunda-feira, dia 16, onde vão visitar as quatro maiores comunidades indígenas da região: Flechal, Maturuca, Raposa e Contão. Durante os dois dias de visita, os deputados também vão participar de audiência pública com entidades representativas de produtores rurais e comunidades indígenas.
A comissão é formada pelos deputados Moacir Micheletto (PMDB-PR), Eduardo Valverde (PT-RO), Lindenberg Farias (PT-RJ), José Rocha (PFL-BA), Mussa Demes (PFL-PI), Mecias Ribeiro (PSDB-PA), Zenaldo Coutinho (PSDB-PA), Luiz Carlos Henze (PP-RS), Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), Jair Bossonaro (PPB-RJ), Coronel Alves (PL-AP), Hamilton Casara (PSB-RO) e Colbert Martins (PPS-BA). O grupo terá a missão de emitir um relatório com posição isenta de quem vai ouvir as comunidades indígenas e produtores rurais instalados na região em questão.
A comissão é formada por deputados de vários partidos e ideologias políticas diferentes, o que, para o coordenador da Bancada Federal de Roraima, deputado Alceste Madeira (PMDB), será essa pluralidade que fortalecerá o relatório final. "Tem membros a favor da demarcação em ilhas, outros contra e será justamente com essas divergências que chegaremos ao consenso", destacou.
Sobre o fato de Roraima não ter nenhum representante, Alceste disse que a decisão foi proposital. "Nos reunimos antes e optamos por deixar a comissão formada por parlamentares de outros Estados dando, assim, transparência e isenção total à comissão", afirmou.
Desta forma, a bancada roraimense irá acompanhar os trabalhos dando sustentação com orientação geográfica, econômica e social, tanto em Roraima quanto em Brasília.
"Como, por exemplo, estamos vendo a disponibilidade de aeronaves com o Ministério da Defesa para chegarmos até as comunidades indígenas e vagas disponíveis nos vôos para Boa Vista. Tudo será definido amanhã [hoje]", destacou.
Alceste disse que, ao contrário de outras comissões já vindas ao Estado, desta vez os parlamentares estarão vindo ouvir as comunidades indígenas e os produtores rurais diretamente nas malocas e propriedades.
"A intenção é ouvir as comunidades, e não os representantes de ONGs [Organizações Não-Governamentais]. E, dessa forma, poder emitir um parecer sui generis da situação", salientou.
Sobre o número de parlamentares (13) não ser considerado alto, o deputado exagerou dizendo que se fosse possível traria os 513 deputados que compõem a Câmara Federal.
"A grande maioria dos deputados está coesa de que a Câmara deve dar sua opinião sobre o assunto e, se pudesse, traria todos para verem a questão de perto para que as decisões não sejam tomadas antes de nos ouvir", enfatizou.
Depois de aprovado o requerimento, agora a Comissão trabalha o roteiro dos dois dias de visita.
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