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25 de Jul de 2008
O Centro Amazônico de Formação Indígena (CAFI) treina sua quarta turma de lideranças indígenas para atuarem na área política e técnica. Vinte jovens provenientes de organizações indígenas da Amazônia participam do curso de gestão de projetos, iniciado em abril de 2008, com conclusão prevista para dezembro de 2008.
Em 2006, foi dado início ao processo formal de criação do CAFI, por meio de parceria entre COIAB e TNC. No segundo semestre do mesmo ano, foram iniciadas as aulas com os primeiros 15 alunos. O Centro de Formação foi a resposta a uma antiga reivindicação dos povos indígenas da Amazônia, que desejavam formação que garantisse autonomia técnica e política para suas lideranças.
De acordo com o diretor do CAFI, Domingos Sávio Camico Agudelos, em dois anos e meio de atividades, o Centro formou três turmas de lideranças - duas em gestão ambiental, e uma em gestão de projetos, totalizando 44 alunos.
"Já constatamos avanços na formação técnica indígena. Os alunos que passaram pelo CAFI retornaram às suas organizações, onde desenvolvem atividades. Agora, o CAFI está sendo avaliado para que possa avançar ainda mais, principalmente, no acompanhamento dos alunos que retornaram às suas comunidades", avalia Camico.
Objetivos do CAFI:
Fortalecer organizações indígenas locais e regionais em toda a Amazônia, na promoção da autonomia e sustentabilidade de suas comunidades e territórios, através da formação de quadros técnicos próprios, qualificados e engajados no Movimento Indígena visando a boa qualidade de vida nos aspectos cultural, econômico e social, buscando qualificada gestão territorial através das próprias comunidades e fazendo do CAFI um centro de referencia para as populações indígenas da Amazônia.
O que o CAFI oferece aos seus alunos:
- Passagens ida e volta a Manaus
- Estrutura necessária para realização do curso (salas de aula, laboratório de informática, internet, material didático, professores...)
- Casa do estudante
- Transporte
- Alimentação
- Bolsa de manutenção
Depoimentos:
Clemilce Monteiro da Silva, 30, Conselho Indígena de Roraima (CIR), em Roraima - "O curso é ótimo! Aprendemos muitas coisas novas, mas também temos contato com temas relacionados à nossa realidade. Adquirimos novos conhecimentos, trocamos experiências com alunos de outros estados e nos enriquecemos. Nossa responsabilidade será ampla quando voltarmos para casa. Para mim, o curso é um desafio que pretendo aproveitar para dar conta".
Carlos Nery Piratapuia, 35, Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRNI), no Amazonas - "Nossa associação de base tem sede em Santa Izabel do Rio Negro, onde sentimos a deficiências de formação das lideranças para liderarem com os projetos. É importante capacitar pessoas da nossa região para desenvolver trabalhos, pois temos projetos que a própria associação pode inscrever e gerenciar. Hoje, temos esta demanda atendida, mas ainda precisamos avançar muito mais".
Laura de Oliveira Karitiana, 21, Associação do Povo Karitiano (APECA), em Rondônia - "Tenho aprendido bastante nas aulas que são muito boas, com matérias interessantes e aulas de campo. Os professores também foram bem selecionados, pois dominam bem a matéria. Pretendo aprender o máximo para realizar atividades em minha comunidade de uma forma proveitosa".
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