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Café estocado dá prejuizo a aldeias indigenas do Espirito Santo

A Gazeta - Vitória -ES
28 de Mai de 2001

De olho em lucros mais vantajosos, as comunidades indígenas de Aracruz acabaram ficando no prejuízo. Até à semana passada, apenas uma pequena parte da safra de 250 sacas de café colhidas 2000 tinha sido vendida, mesmo assim, pela média de preço em vigor, uma das mais baixas dos últimos anos. O técnico agrícola Pedro Balbino Ferreira, da Fundação Nacional do Índio (Funai), que dá assistência técnica às lavouras indígenas, reconhece que a estratégia foi equivocada.Se tivessem comercializado o produto na época da colheita de 2000, os índios teriam lucrado pelo menos 70%, já que o preço da saca de 60 quilos atingiu o pique de R$ 130,00. Atualmente, a cotação do café no mercado é de R$ 55,00 a R$ 65,00. A estratégia foi adotada porque se acreditava na ocasião que os preços alcançariam valores ainda mais elevados. Ocorreu justamente o contrário. Agora, os índios terão que acumular as duas safras e ficar na expectativa de que a situacão do mercado melhore, porque pior do que está, avalia o técnico, é improvável.Mas uma safra bem mais generosa da que a que foi registrada no ano passado deverá aliviar os prejuízos dos índios. Em 2000, a média de produtividade foi de 10 sacas por hectare. Graças ao processo de modernização das plantações, a média deste ano passou para 25 sacas, sendo que a produção está concentrada em uma área de 53 hectares. O total da área plantada nas comunidades indígenas de Caieiras Velha, Pau Brasil, Irajá, Boa Esperança e Três Palmeiras é de 108 hectares, sendo que grande parte ainda não produz.A colheita é em regime de mutirão. Em Caieiras Velha, as atividades envolvem 25 índios diaristas e outros sete, que recebem R$ 2,50 por saca colhida. O resultado das vendas será aplicado em investimentos que beneficiem a toda a comunidade, como as áreas de transporte, saúde e educação. Mas, a exemplo do ano passado, os índios preferem aguardar por preços mais atrativos. Eles estão pilando e estocando o produto.
DIVERSIFICAÇÃO
Investimento em coco e maracujáNem só de café vive a agricultura indígena. Na aldeia de Caieras Velha, a comunidade investe também na fruticultura, plantando cinco hectares de maracujá e 2,5 ha de coco. Com relação ao café, eles não ampliarão a área plantada, mas trabalharão para aumentar a produção já existente. A meta é de 50 sacas por ha.

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