Cimi-Brasília-DF
19 de Fev de 2004
Exatamente um ano após ter sofrido uma emboscada, o cacique do povo Xukuru, Marcos Luidson de Araújo, denunciou estar, novamente, sendo ameaçado. Em 7 de fevereiro de 2003 um atentado contra sua vida vitimou dois índios na terra indígena Xukuru em Pesqueira, Pernambuco. Na mesma data, só que neste ano, Marcos foi ameaçado por telefone.
Segundo denunciou o cacique ao Conselho Indigenista Missionário Regional Nordeste, no último dia 7 a mãe de sua namorada atendeu ao telefone e do outro lado uma pessoa que não quis se identificar, com voz feminina, disse para sua filha e seu marido "não andar com o Marcos", porque estava preste a acontecer "uma coisa com ele até o mês de maio". O cacique que nesse dia estava na casa da namorada tentou falar com a pessoa e não obteve resultado. Preocupado com esta ameaça, que não é a primeira, ele pede providência para que este caso seja apurado.
Em fevereiro do ano passado, após a emboscada, Marcos denunciou o Brasil à Organização dos Estados Americanos (OEA), pelo descumprimento das medidas cautelares de proteção a ele e à sua mãe, Zenilda Maria de Araújo. As providências foram solicitadas em outubro de 2002, pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, depois das inúmeras ameaças de morte que os dois vinham recebendo. Na ocasião ficou acertada uma reunião entre o governo brasileiro e o cacique Marcos para definir como seria realizada sua proteção. Um novo descumprimento dos termos acordados durante a reunião levará o Brasil à Corte Interamericana de Direitos Humanos.
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