OESP, Internacional, p.A12
04 de Jul de 2005
Bush reitera que não aceita limites de Kyoto
Presidente prefere discutir tecnologias que reduzam aquecimento G-8
Reuters, EFE e DPA
O presidente americano, George W. Bush, afastou qualquer possibilidade de que venha a aceitar limites nas emissões de dióxido de carbono como os estabelecidos no Tratado de Kyoto sobre mudança climática na cúpula do Grupo dos Oito (G-8, sete países mais ricos do Ocidente e Rússia), a partir de quarta-feira na Escócia. "O protocolo de Kyoto teria arruinado nossa economia", disse ele em entrevista à rede britânica de televisão ITV.
O presidente americano disse reconhecer que a mudança climática é um tema importante que a longo prazo terá de enfrentar. Mas insistiu que a resposta não pode estãr nos limites fixados multilateralmente.
Bush adiantou que pretende debater com seus colegas do G-8 o desenvolvimento de tecnologias que permitam reduzir o aquecimento global sem que as empresas e as pessoas sejam forçadas a reduzir seus gastos com energia.
Ele lembrou que seu governo já investiu US$ 20 bilhões no desenvolvimento de tecnologias como carros movidos a hidrogênio e armazenamento de carbono em depósitos subterrâneos. "Minha esperança é que Tony Blair esteja disposto a virar a página de Kyoto e a colaborar com um programa de novas tecnologias que permitam aos EUA e outros países reduzirem suas dependências dos combustíveis fósseis", acrescentou. "Isso tornará o ar mais limpo e reforçará nossa segurança nacional e econômica na medida em que nos tornarmos menos dependentes das fontes estrangeiras de petróleo."
No que se refere ao outro grande tema da cúpula, o combate à pobreza, Bush rejeitou as críticas de organizações não-governamentais que consideram insuficiente a decisão dele de dobrar a ajuda dos EUA para o desenvolvimento das nações mais pobres do planeta até o ano 2010. Apesar de ser o país mais rico do mundo, os EUA dedicam apenas 0,2% de seu PIB à ajuda ao desenvolvimento.
Na entrevista, Bush destacou que está disposto eliminar os incentivos à agricultura em seu país desde que a União Européia extinga sua atual Política Agrícola Comum.
Indagado se não está disposto a fazer um esforço para ajudar Blair, que assumiu a presidência rotativa da UE e está profundamente preocupado com o aquecimento da Terra, em troca do apoio que o primeiro-ministro tem dado a sua política no Iraque, Bush respondeu: "Não creio que nossa relação seja do tipo 'toma lá dá cá'. Blair, como eu, tomou a decisão que julgava correta para manter a paz e ganhar a guerra contra o terrorismo ."
Numa reunião informal em Moscou, o presidente russo, Vladimir Putin, o chanceler alemão, Gerhard Schroeder, e o presidente Francês, Jacques Chirac, manifestaram otimismo quanto à possibilidade de concluir um acordo na cúpula para reduzir os poluentes na atmosfera.
No Vaticano, o papa Bento XVI pediu ontem aos dirigentes dos países do G-8 que adotem medidas concretas para erradicar a pobreza e ajudar a um verdadeiro desenvolvimento da África.
OESP, 04/07/2005, p. A12
As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.