OESP, Vida, p. A19
01 de Jun de 2007
Bush quer limite para emissões de gases-estufa
Meta para os maiores emissores deve ser estabelecida até 2008
Efe, Washington
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, propôs ontem que os 15 países que mais contribuem para o efeito estufa determinem, até o final de 2008, uma meta com limites para emissões dos gases que geram o problema.
Pela primeira vez, Bush aceitou a idéia de estabelecer uma meta para esses gases. Contudo, isso não significa que haveria uma colaboração americana logo, mas "em longo prazo" e só seria fixada no final de 2008.
O presidente fez o anúncio às vésperas da reunião do G-8, que acontecerá de 6 a 8 de junho em Heiligendamm (Alemanha), na qual a mudança climática será tema prioritário.
Até agora, o governo Bush se negou a aceitar limites para as emissões de gases-estufa, como os previstos pelo Protocolo de Kyoto, e preferia indicar o avanço tecnológico como solução para o problema global. "Os Estados Unidos vão trabalhar para estabelecer um novo marco sobre as emissões de gases do efeito estufa para quando o Protocolo de Kyoto vencer, em 2012", disse Bush.
O pacto obriga os países que o ratificaram a reduzir em 5,2% em média, até 2012, as emissões em relação ao nível de 1990. A Alemanha, que atualmente preside o G-8 e a União Européia, propôs que o grupo feche um acordo para definir o que haverá depois dessa data.
A chanceler alemã, Angela Merkel, recebeu positivamente o anúncio americano. "Isto estabelece um terreno comum onde avançar", disse. Merkel sugeriu que os oito países se comprometam a limitar o aumento da temperatura mundial a no máximo 2oC, antes de começar a cair.
Para isso, é preciso que em 2050 o volume de emissões de gases como o dióxido de carbono seja a metade do registrado em 1990. Porém, o principal assessor ambiental de Bush, Jim Connaughton, disse ontem que esse enfoque "não é muito prático" e rejeitou a criação de um mercado internacional para comprar e vender cotas de emissão de gases-estufa.
Connaughton disse que os números concretos sairão das negociações que os EUA querem sediar. O país convidará "entre 10 e 15 países" que são responsáveis por mais de 80% da poluição do mundo. Bush mencionou especificamente a Índia e a China, embora na lista provavelmente também estejam Brasil, Austrália, África do Sul, Coréia do Sul, México, Rússia e países da Europa.
O primeiro encontro aconteceria em Washington no fim do ano. Além de representantes oficiais, participariam empresários e ONGs para promover a distribuição de tecnologias não poluentes.
OESP, 01/06/2007, Vida, p. A19
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