VOLTAR

Brigada levará 400 homens para operação na fronteira

Folha de Boa Vista-RR
Autor: CARVÍLIO PIRES
27 de Abr de 2002

Até amanhã, estarão concentrados na cidade de Uiramutã todos os meios do Exército em Roraima para deflagrar a operação, que tem o nome do município, na segunda-feira. De Pacaraima às proximidades de Normandia, a força-tarefa que para lá está sendo deslocada vai atualizar o mapa militar, visitar todas as comunidades existentes no percurso e avaliar o trânsito de estrangeiros pela região.
Já incorporado no espírito da operação militar, o comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, general Claudimar Nunes, disse que nos locais de difícil acesso o deslocamento de patrulhas será por via aérea ou com a cavalaria montada e, onde for possível, a pé ou motorizado. "Em determinados locais pretendemos chegar com todos os meios: hipo, mecanizado, motorizado, aéreo e a pé".
De acordo com o general, na "Operação Uiramutã" o Exército vai empregar uma força-tarefa reunindo mais ou menos 400 homens, com uma companhia de fuzileiros de selva apoiada pela Cavalaria Mecanizada e o 4o Esquadrão de Helicópteros do Exército.
O ponto culminante da operação será a inauguração do 6o Pelotão Especial de Fronteira, no dia 02 de maio, que será presidida pelo comandante Militar da Amazônia e o chefe de Operações do CMA. "O comandante do CMA recomendou que fosse introduzido na cerimônia um bastão de comando que ele quer passar a um tuxaua da região, simbolizando a união entre o Pelotão e os indígenas", comentou Claudimar Nunes.
A solenidade de inauguração será composta de um desfile cívico-militar que tem a expectativa de movimentar toda a cidade, o hasteamento da Bandeira com o canto do Hino Nacional e algumas salvas de artilharia. "Está prevista a apresentação de um grupo indígena, seguido do descerramento da placa inaugural e um almoço para imprensa, lideranças comunitárias e autoridades presentes ao evento".
CRÍTICAS - O general Claudimar Nunes comentou as declarações do vice-coordenador do CIR, quando disse que o Exército estava entrando numa área que não lhe pertence e sem pedir licença. "Entendo ser desconhecimento da parte dele. De acordo com a Constituição Brasileira, as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios são bens da União".
O comandante da Brigada acrescentou que o parágrafo 2o do artigo 20 da Constituição diz que a faixa de fronteira é fundamental à defesa do território nacional e os órgãos encarregados desta defesa, são as Forças Armadas, em particular, a força terrestre.
"Ademais, existe uma portaria ministerial excluindo da reserva indígena a área destinada ao Pelotão e determina que os órgãos ou as autoridades federais não tenham restrição à permanência nesta área

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.