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Brasília faz ato ecumênico pela memória do índio Galdino dos Santos

Folha de S. Paulo-SP
20 de Abr de 2002

Cerca de 300 pessoas participaram hoje, em Brasília, de ato ecumênico em memória do índio pataxó Galdino de Jesus dos Santos, assassinado na madrugada de 20 de abril de 1997, por cinco jovens de classe média alta do Distrito Federal, informa a Agência Brasil.

A homenagem a Galdino foi promovida pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e faz parte da Semana dos Povos Indígenas de 2002, que comemorou o Dia do Índio (19 de abril) com eventos em todo o país.

A cerimônia religiosa de Brasília foi realizada no ponto de ônibus da Avenida W-3 Sul, à altura da quadra 704, onde os jovens Antônio Noveli Vila Nova, Tomás Oliveira Almeida, Max Rogério Alves e Eron Chaves de Oliveira, além de outro colega, que era menor à época do crime, jogaram álcool e atearam fogo no corpo de Galdino, que dormia no local.

Na abertura da cerimônia, que envolveu diversas demonstrações da cultura
indígena, o secretário do Cimi, Egon Heck, afirmou que a preocupação com a segurança dos índios e da população em geral é uma questão de cidadania.

O secretário disse ainda que estão sendo colhidas assinaturas para um abaixo-assinado em prol do Estatuto do Índio. O documento já teria mais de 500 mil assinaturas e deve ser encaminhado ao Congresso Nacional.

Galdino de Jesus dos Santos era da área indígena Caramuru/ Paraguassu, sul da Bahia, e foi a Brasília participar das comemorações do Dia do Índio de 1997. Após a cerimônia, na Praça dos Três Poderes, pegou o ônibus de volta à pensão onde estava hospedado, mas o estabelecimento já havia fechado. Cansado, sentou-se no banco da parada de ônibus e adormeceu. Os jovens, que passavam pelo local, alegaram ter pensado que se tratava de um mendigo e resolveram atear fogo no índio.

Levado ainda consciente para o Hospital Regional da Asa Norte, Galdino, com 95% do corpo com queimaduras de 3o grau, faleceu às 2h da madrugada do dia 20 de abril.

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