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Brasil tem cinco animais sob grande risco de extinção

OESP, Vida, p. A17
12 de Set de 2012

Brasil tem cinco animais sob grande risco de extinção
Um macaco, um pássaro, um preá e duas borboletas estão na lista da União Internacional pela Conservação da Natureza

Bruno Deiro
Giovana Girardi

Cinco animais do País - entre eles o maior primata americano, o muriqui - estão entre as cem espécies mais ameaçadas de extinção. A lista, divulgada ontem pela União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN), traz animais, plantas e fungos de 48 países.
O estudo, realizado com a colaboração de mais de 8 mil cientistas da IUCN, foi apresentado no Congresso Mundial de Conservação, em Jeju, Coreia do Sul. Mesmo sem um ranking, há casos como os do lêmure-gentil de Madagascar, um dos primatas mais raros do mundo, e da tartaruga gigante-de-carapaça-mole, da China, que possui apenas quatro exemplares conhecidos.
"Apesar de o valor de algumas espécies poder não parecer óbvio, todas elas contribuem à sua maneira para o funcionamento do planeta", diz Simon Stuart, presidente da Comissão de Sobrevivência das Espécies da IUCN.
No Brasil, além do muriqui do norte ou mono-carvoeiro (Brachyteles hypoxanthus), mereceram destaque o soldadinho-do-araripe (Antilophia bokermanni), encontrado somente no Ceará, e as borboletas Actinote zikani, específica de áreas de morro da Serra do Mar, e Parides burchellanus, do Cerrado. O mais raro de todos é o preá Cavia intermedia, cuja população tem somente de 40 a 60 indivíduos e é exclusiva da Ilha Moleques do Sul, próxima a Florianópolis (SC).
Com exceção do preá, reconhecido oficialmente pela comunidade científica em 1999, as quatro demais já tinham levantado bandeira vermelha. Elas constam da lista brasileira de espécies ameaçadas, publicada em 2003 pelo governo brasileiro, trazendo 627 espécies em graus variados de vulnerabilidade.
Planos. O alerta levou à produção de planos de ação para a conservação de cerca de 300 espécies para minimizar o grau de ameaça, mas, ao menos em relação a essas quatro espécies, não houve grandes avanços, como mostra o Instituto Chico Mendes (ICMBio), que monitora a biodiversidade nacional, em seu site.
O plano para as borboletas, por exemplo, lançado em 2010, não teve nenhuma ação executada. "Há um desconhecimento muito grande das espécies de borboleta existentes", diz o professor André Freitas, do Departamento de Biologia Animal da Unicamp. Segundo ele, dificilmente a Actinote zikani deixará a lista, pois vive numa área restrita no Parque Natural Municipal Nascentes, em Paranapiacaba (SP).
Marcelo Marcelino, diretor de biodiversidade do ICMBio, disse que o prazo de cinco anos dos planos mostra que o governo está atento à situação e minimizou os atrasos. Segundo ele, a avaliação da eficiência das medidas ocorrerá na metade do período estipulado. Mas essa hora está próxima e as ações não alcançaram o volume suficiente para poderem mostrar eficácia ou não.

OESP, 12/09/2012, Vida, p. A17

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