OESP, Metrópole, p. A18
23 de Mai de 2014
Brasil tem 1.051 espécies de animais ameaçadas de extinção
Pesquisa aponta que 77 deixaram a lista de risco na última década, mas, para outras 121, a situação se agravou
Lígia Formenti / BRASÍLIA
O Brasil tem 1.051 espécies de animais ameaçadas de extinção, segundo estudo desenvolvido entre 2010 e 2014 por 929 especialistas recrutados pelo governo brasileiro. Na primeira edição, feita em 2003, 627 espécies foram classificadas na mesma categoria. Mas, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a situação não piorou: o número de espécies analisadas é que aumentou.
"A nova pesquisa quintuplicou o número de espécies analisadas, era natural um aumento", explicou o diretor de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento do ICMBio, Marcelo Marcelino. A Avaliação do Risco de Extinção da Fauna Brasileira analisou 7.647 espécies, das quais 73% estão em regime de proteção, com limitações para caça, pesca ou protegidas em unidades de conservação.
Das espécies analisadas também na primeira edição, 77 deixaram a lista de risco de extinção. Entre elas está a baleia jubarte, como o Estado mostrou ontem. Outras 126 continuam consideradas em risco, mas em um grau menor do que na primeira avaliação. A situação melhorou, por exemplo, para a arara-azul-de-lear. Para outras 121 espécies, a situação se agravou.
O trabalho servirá de base para a lista oficial dos animais sob ameaça de extinção, que deverá ser publicada pelo governo federal no segundo semestre. Ela norteia políticas de proibição e restrição de caça e pesca.
Proteção.
Ao anunciar a avaliação, ontem, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, lançou um pacote de medidas para proteção da fauna. Entre as ações está a criação de uma força-tarefa integrada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente, ICMBio e Polícia Federal para combater a caça de espécies ameaçadas, como peixe-boi da Amazônia, boto-cor-de-rosa, arara-azul-de-lear, onça pintada, tatu-bola, tubarões e arraias de água doce.
Izabella lançou ainda a extensão da Bolsa Verde, repasses de R$ 100 para comunidades de regiões relevantes para conservação de espécies, para impedir que os moradores contribuam com o tráfico de animais.
A ministra anunciou também moratória da pesca e comercialização da piracatinga por cinco anos. A regra, que começa a valer a partir de janeiro de 2015, tem como objetivo proteger o boto-vermelho e jacarés, que são usados como isca. "Vamos criar um grupo para tentar encontrar alternativas a essa prática", afirmou Izabella. A pesca acidental e comercialização de tubarão-martelo e de lombo preto também estão proibidas a partir da agora.
Também foi anunciado um plano para proteção do tatu-bola e a assinatura de uma portaria que determina a aplicação de até 10% da compensação ambiental em atividades de conservação das espécies.
OESP, 23/05/2014, Metrópole, p. A18
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