OESP, Metrópole, p. A22
21 de Ago de 2015
Brasil fecha acordo para zerar emissão de gases estufa até 2100
País é 1o emergente a se engajar em plano do G-7, grupo dos países ricos; compromisso foi fechado por Dilma e Merkel
Lisandra Paraguassu
Rafael Moraes Moura
Gustavo Porto / BRASÍLIA
O Brasil aderiu ao pacto anunciado em junho pelo G-7, o grupo das sete maiores economias do mundo, de não emitir mais gases do efeito estufa do que é capaz de reabsorver, a chamada descarbonização da economia.
O anúncio foi feito ontem, durante a visita da chanceler alemã, Angela Merkel, que tem liderado a iniciativa dos países desenvolvidos - o Brasil foi o primeiro emergente a se engajar na iniciativa.
"É muito importante que cada país faça o que é possível para limitar o aquecimento global em 2oC. O Brasil deu um enorme passo ao anunciar a descarbonização da sua economia até o fim do século. O compromisso do Brasil deve encorajar outros países a serem mais audazes", discursou Merkel.
Em sua fala, a presidente Dilma Rousseff lembrou que já havia se comprometido, em junho, a zerar o desmatamento ilegal até 2030 e reflorestar 120 mil km² da Floresta Amazônica.
As metas mais ambiciosas do País pretendem pressionar não os emergentes, mas os países desenvolvidos para a Conferência das Partes (COP) de Paris, em dezembro, onde chefes de Estado tentarão um acordo para reduzir as emissões e controlar o aquecimento global.
"Brasil e Alemanha apoiam fortemente a adoção, em Paris, de um acordo ambicioso, duradouro, abrangente e juridicamente vinculante, que reflita o princípio das responsabilidades comuns, porém, diferenciadas, e respectivas capacidades, à luz de diferentes circunstâncias nacionais", diz a declaração Conjunta Brasil-Alemanha sobre Mudança do Clima divulgada ontem.
"É um desafio muito maior para o Brasil, que já tem uma matriz energética e elétrica com base fortemente em energias renováveis. Para nós, o esforço é muito maior", explica o diretor de Departamento de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Adriano Santhiago de Oliveira.
Amazônia. Durante a visita, a chanceler anunciou uma linha de 582 milhões em financiamento e crédito para ações ambientais no Brasil-desses recursos, 415milhõessãoapenaspara ações de energia e eficiência energética. Outros 100 milhões foram prometidos para o Fundo Amazônia até 2020 (para promover políticas de combate ao desmatamento, de proteção da floresta e de economia florestal sustentável).
OESP, 21/08/2015, Metrópole, p. A22
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