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Brasil está estagnado na 79ª posição no ranking de IDH

FSP, Cotidiano, p. B6
15 de Set de 2018

Brasil está estagnado na 79ª posição no ranking de IDH

Carolina Gonçalves
BRASÍLIA e SÃO PAULO

Quinto na América do Sul e 79o no mundo, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro em 2017 foi de 0,759. Em relação ao ano anterior, o IDH subiu apenas 0,001, mas manteve a mesma posição no ranking. Estatisticamente, o crescimento é considerado insignificante.

O IDH leva em conta renda, educação e saúde. O ranking de 2017 tem 189 países e territórios, dos quais a Noruega é a primeira colocada, com 0,953.

O relatório mundial, elaborado pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), foi divulgado nesta sexta (14).

Entre 1990 e 2017, o crescimento do índice brasileiro foi de 24,3%. Por ano, cresceu cerca de 0,8%. Nesse mesmo período, o país alcançou resultados importantes: aumentou a expectativa de vida em 10,4 anos, a expectativa e a média de estudo em 3,2 e 4 anos, respectivamente, e a renda nacional bruta em 28,6%.

O Pnud ressalta, contudo, que crises podem reverter ganhos conquistados nos últimos anos.

Na América do Sul, o Brasil é o quinto em IDH. Perde para Chile, Argentina, Uruguai e Venezuela (que vem apresentando queda significativa no índice desde 2013). Ainda assim, está levemente acima da média da América Latina e Caribe, de 0,758.
AJUSTES
Quando o índice é ajustado às desigualdades, contudo, a situação do Brasil é ainda pior: perde 23,9% da nota, saindo de 0,759 para 0,578.

No ranking do coeficiente de Gini, que mede as desigualdades sociais de um país, o Brasil é o 9o pior do mundo, com 51,3.

Em termos de desigualdade de gênero, os brasileiros estão na 94o colocação, entre 160 nações. O cálculo leva em conta saúde reprodutiva, empoderamento e mercado de trabalho. A nota do país é 0,407.

Outro cálculo, que avalia o desenvolvimento por gênero, mostra a diferença entre o IDH e de homens e mulheres: 0,761 para eles e 0,755 para elas. As diferenças são justificadas principalmente pela diferença de renda.

Apesar de terem um desempenho melhor em educação e expectativa de vida, a renda das mulheres, segundo os critérios adotados, é 42,7% menor que a masculina.
Principal fator de desigualdade entre homens e mulheres é a renda, 42,7% menor entre elas

De acordo com o relatório, o Níger, que tem o menor IDH do mundo, tem mais assentos femininos no Parlamento que o Brasil: 17% contra os nossos 11,3%.

MUNDO
Noruega (0,953), Suíça (0,944), Austrália (0,939), Irlanda (0,938) e Alemanha (0,936) lideram o ranking com os melhores resultados. Os cinco últimos países no ranking são: Burundi (0,417), Chade (0,404), Sudão do Sul (0,388), República Centro-Africana (0,367) e Níger (0,354).

A Irlanda registrou um dos maiores crescimentos ao subir 13 posições de 2012 para 2017. Violência, conflitos armados e crises internas fizeram com que países como Síria, Líbia, Iêmen e Venezuela registrassem as maiores quedas do índice, respectivamente, 27, 26, 20 e 16 posições.

Considerando a realidade de 1990, o IDH global aumentou 21,7% e o número de países classificados como de "muito alto desenvolvimento humano" aumentou de 12 para 59 e os de "baixo desenvolvimento humano" caiu de 62 para 38 neste período.

A expectativa de vida das pessoas, ao nascer, passou de 65,4 anos em 1990 para 72,2 anos em 2017 e mais de 130 países conseguiram universalizar as matrículas de crianças no ensino primário. Entretanto, assim como no Brasil, os avanços são ameaçados pelas desigualdades entre países ou até internamente. Mundialmente, a diferença na distribuição de renda chega a 22,6%, enquanto as desigualdades nos ganhos em educação são de 22% e em saúde, 15,2%.

O aumento da expectativa de vida para toda a população também não pode ser confundido, segundo o Pnud, com qualidade de vida. Em média, as pessoas em todo o mundo têm 87% da sua vida com saúde relativamente boa, segundo a estatística, mas, "muitas enfrentarão desafios de saúde nos últimos anos de vida", destacou o programa apontando a realidade dos países de baixo IDH.

FSP, 15/09/2018, Cotidiano, p. B6

https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/09/idh-do-brasil-estagna-e…

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