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BrancoCel abre margens para o futuro de Roraima

Brasil Norte-Boa Vista-RR
12 de Mar de 2003

A BrancoCel lançou oficialmente ontem à tarde, no salão de festas do Aipana Plaza Hotel, o projeto de construção de sua fábrica de celulose branqueada - projeto pioneiro na Região Norte do Brasil - com investimentos da ordem de 330 milhões de dólares.
A iniciativa do grupo de investidores suíço-canadenses vai aproveitar o cultivo da acácia mangium em solo roraimense, experiência que começou há alguns anos.

Na ocasião, o governador Flamarion Portela recebeu dos técnicos um calhamaço de documentos que integram o estudo de impacto ambiental, o que coloca um ponto final em todas as polêmicas em torno da plantação de acácia no Estado.
"Esse é um momento importante para o nosso Estado que entra em uma nova era", afirmou o governador Flamarion durante o discurso falando a respeito das incertezas que antes eram alimentadas com relação ao futuro. "Podemos afirmar, que a partir do momento em que essa fábrica começar a funcionar, Roraima conhecerá um novo tempo, com mais chances de empregos e prosperidades para a sua economia".

Fluxo econômico
Flamarion destacou ainda que o projeto provocará uma propulsão no fluxo econômico, sobretudo no que diz respeito às exportações, que atualmente não superam os US$ 40 milhões. Entretanto, com a produção da BrancoCel em Roraima esse volume ultrapassará os $ 140 milhões de dólares.
A acácia mangium é uma árvore de origem autraliana bastante conhecida e no Brasil bastante conhecida, sobretudo pelos experimentos da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias - Embrapa.

Sua produtividade é comparável ao eucalipto, aparentando-se pela sua rusticidade boa adaptação ao clima roraimense.
Os plantios à disposição do projeto foram iniciados em Roraima pela empresa Ouro Verde Agropastoril e, segundo as diretrizes das empresa suíço-canadense continuarão sendo realizados em áreas de cerrado e espalhados de forma a minimizar qualquer impacto ambiental como foi garantido e demonstrado através de estudos ao governador Flamarion Portela, sobretudo ontem, quando recebeu das mãos do técnico Joésio Siqueira o estudo de impacto ambiental.

Diretores
Na explicação de Israel Coslovsky, um dos diretores executivos da BrancoCel a denominação do projeto, bem como da celulose que será distribuída globalmente, "é uma homenagem a principal via fluvial de Roraima - o Rio Branco - em cujas margens será erguida a fábrica, no quilômetro 8 do distrito industrial de Boa Vista".
Sem dúvida será uma forma de Roraima ser conhecido em todo o mundo como o Brasil do Hemisfério Norte, local de prosperidade, como destacou em seu discurso o governador Flamarion.

Dados Técnicos
Conforme as especificações técnicas abordadas por Israel Coslovsky, o projeto BrancoCel em Roraima divide-se em área florestal e industrial. Na primeira, as plantações de acácia mangium serão ampliadas até atingirem cerca de 40 mil hectares, isto sem contar as áreas de reserva legal.
Ele explicou ainda que no ponto de estabilização da operação florestal serão plantados e colhidos anualmente cerca de 5,3 mil hectares, o equivalente a 670 mil metros cúbicos de madeira ou 1.900 metros cúbicos diários.

O processo escolhido pela BrancoCel, conforme Israel Coslovsky, é conhecido como celulosa termomecânica branqueada, que trata levemente com produtos químicos os cavacos de madeira, posteriormente refinados mecanicamente em altas temperaturas, com peróxido de hidrogênio, secada e embalada.
"Os maiores benefícios é a não utilização de produtos químicos agressivos ao meio ambiente, sem produzirem odores. Teremos apenas um agradável cheiro de madeira recém-cortada".

Impacto ambiental
As águas residuais, uma das maiores preocupações dos ambientalistas, conforme os estudos, serão tratadas por uma moderna estação, fazendo com que retornem ao rio em condições normais ou superiores. Outro destaque: os gases serão continuamente monitorados de forma a permanecerem dentro dos parâmetros legais.
O detalhamento do projeto demonstrado um grande número de autoridades presentes ao evento de ontem à tarde no Aipana Plaza mostram que a unidade da BrancoCel em Roraima consumirá diariamente 1.900 metros cúbicos de acácia mangium. O consumo de energia será de 80 megawatts.

A fábrica consumirá 26.500 metros cúbicos de água por dia. Israel Coslovsky explica ainda que serão gastos 1.900 quilos de papel por dia nas embalagens. A fábrica estará apta a produzir por ano 260.000 toneladas de celulose.
A BrancoCel terá um investimento em Roraima da ordem de $ 330 milhões, o que gerará uma receita de $ 120 milhões ano, com isso abrindo uma margem de 4,5 mil empregos diretos e indiretos.

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