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BR-317 pode causar impactos ambientais indígenas do AC e sul do AM

A Tribuna-Rio Branco-AC
20 de Jun de 2002

Representantes do governo do Estado e da União das Nações Indígenas do Acre e Sul do Amazonas (UNI) estiveram reunidos na manhã de ontem no auditório do Ministério Público Estadual para avaliar o impacto ambiental que a construção da BR-317 poderá trazer aos povos da floresta.
A pavimentação da BR-317, trecho que liga Brasiléia a Assis Brasil, atinge diretamente os Jaminawa, população indígena situada às margens do Igarapé São Pedro, a vinte quilômetros de Brasiléia. "Caso não seja cumprido o que determina a lei ambiental, ou as solicitações das comunidades indígenas, as conseqüências serão imprevisíveis", enfatiza o coordenador-geral da UNI, Francisco Avelino Apurinã.
Segundo o coordenador, se as autoridades não respeitarem o habitat natural dos índios durante a pavimentação da BR, os estragos causados ao meio ambiente serão irreversíveis. "Haverá invasões de terra, caça e pesca predatórias, além da influência direta do homem branco, que poderá enfraquecer nossa cultura", teme Francisco.
Para o antropólogo Jacó Cesar Piccoli, responsável por um estudo detalhado sobre as transformações ambientais advindas da ocupação de terras na área em que vivem os Jaminawas, a lógica desenvolvimentista do homem branco é totalmente diferente dos dinamismos próprios das sociedades indígenas. "Neste sentido, os impactos, principalmente os sócio-culturais, serão devastadores".
No estudo realizado pelo antropólogo, algumas medidas específicas foram sugeridas com o objetivo de amenizar os danos causados pela construção da BR-317, entre eles a proteção e conservação territorial, a capacitação de indígenas como agentes de vigilância e fiscalização, e várias ações de apoio à infra-estrutura produtiva.

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