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Bom dia, Não se deve minimizar esse incidente ocorrido na cidade de Uiramutã.

A Folha -Boa Vista-RR
29 de Ago de 2001

Para quem não acompanhou o noticiário pela imprensa, vale apenas descrevê-lo em rápidas linhas: na noite de sábado para domingo, um desconhecido tentou entrar na área militar onde está sendo construído um quartel do Exército Brasileiro. Advertidos pelo sistema de segurança, os militares de plantão fizeram explodir um foguete e efetuaram vários tiros para cima, com o objetivo de espantar o intruso.
Devido ao clima de tensão adredemente fabricado, parte da população atribuiu a tentativa de invasão da área militar a índios que se opõem à construção do quartel. Armados de paus, facas e revólveres, vários habitantes saíram de suas casas dispostos a expulsarem do local os presumíveis invasores. Na verdade, apenas uma pessoa, provavelmente indígena. A notícia do incidente, aparentemente banal, chegou rapidamente a Boa Vista.
Toda a confusão teve um assistente privilegiado, um repórter da Rede de Televisão da Itália (RAI), que estava no Uiramutã para fazer uma reportagem sobre a reação dos índios à presença do Exército Brasileiro na região. Foi tudo documentado, inclusive a ação da polícia, que prendeu um indígena embriagado.
Isso foi o de menos. Dá para imaginar se o desfecho dessa tentativa solitária de invasão da área militar tivesse resultado na morte do indígena invasor? É claro, em minutos a notícia e a foto do cadáver estariam, em questão de minutos, em toda a imprensa mundial. Seria o cadáver que falta para que a opinião pública internacional, através de ongs, igreja e governos estrangeiros, pressione o governo brasileiro para determinar o afastamento do Exército daquela região.
Felizmente os militares tiveram a sabedoria de não cair na cilada, efetuando disparos para o ar

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