Bom dia ,

Vem aí, mais uma das muitas bobagens que têm povoado o imaginário dos dirigentes públicos brasileiros nos últimos tempos. Políticos, intelectuais e professores acreanos entregaram esta semana, ao ministro da Educação Tarso Genro, uma proposta para a criação da "Universidade da Floresta". Aliás, o vocábulo "Floresta" virou a varinha de condão para operar milagres e arranjar jeito dos acreanos tungarem os contribuintes brasileiros, com projetos flagrantemente inviáveis, sem o bom dinheirinho da União Federal.
Lá, a população rural é chamada de "Povos da Floresta", os políticos profissionais de "Políticos da Floresta", a produção agrícola de "Produtos da Floresta", agora vem mais esse engodo - seguramente gerador de mais emprego público para quem não quer produzir - chamado "Universidade da Floresta". Aplaudida pela "Senadora da Floresta", a ministra do Meio Ambiente Marina Silva, o projeto dos "Políticos da Floresta" foi recebido com entusiasmo pelo ministro da Educação, que prometeu estudá-lo com urgência, e implementá-lo na medida do possível.
Contados os centros federais de ensino tecnológico, a região Norte já está contemplada com mais de uma dezena de estabelecimentos federais de ensino superior, quase todos caindo aos pedaços por falta de verbas. Além das universidades e dos centros de ensino tecnológico, a Amazônia conta com institutos de pesquisas em Belém (Museu Emílio Goeldi) e Manaus (Inpa), todos estudando a floresta amazônica.
Como justificar a criação dessa "Universidade da Floresta"? É claro, nada há o que justificá-la. Se existir dinheiro no Governo Federal, que seja repassado às universidades, centros de ensino tecnológico e de pesquisas para financiar bons projetos de pesquisa sobre a Amazônia.
A proposta de criação de mais um órgão público de ensino no Acre é um lance de esperteza dos políticos acreanos, que, faz muito tempo, praticam um discurso ao gosto dos países e Ongs estrangeiras, em busca de alguns trocados para manter um projeto econômico, incapaz de gerar benefícios auto-sustentáveis para a população. É preciso dizer a essa gente que, dificilmente, o contribuinte tupiniquim vai continuar aceitando financiá-los.
Estão certas as lideranças de Roraima que, em vez de arranjarem mecanismos para receberem dinheiro da União, buscam a montagem de um projeto macroeconômico de desenvolvimento com base na produção de grãos. Em vez de empregos públicos, como pede o Acre, o que Roraima quer é o direito de produzir e gerar empregos na iniciativa privada.
ESTÁ PRONTO
Fonte da Coluna garante que a comissão multidisciplinar, criada pelo juiz federal Helder Girão Barreto para estudar o imbróglio da Raposa/Serra do Sol, já concluiu os trabalhos. A informação vai mais longe: o magistrado já está de posse do relatório final e tão logo o leia com o cuidado devido, deverá dar a sentença de mérito na ação popular que pede a anulação da demarcação da Raposa/Serra do Sol.
AUTORIA
Ação popular que pede a anulação da Portaria No 820/98, que delimitou a área da Raposa/Serra do Sol, é de autoria de três advogados roraimenses: Alcides Lima Filho, Silvino Lopes e Ritler Brito de Lucena (já falecido). Os autores conseguiram uma liminar, dada pelo juiz Helder Girão Barreto, que agora deverá julgar o mérito.
DEFESA
Do leitor Waldir Júnior recebemos o seguinte e-mail: "Leio, diariamente, a Parabólica. Mesmo distante, pois moro em Brasília, acompanho o cotidiano da vida de Roraima pelo jornal Folha de Boa Vista. Mas não posso me furtar a fazer uma correção. O jurista Dalmo de Abreu Dallari não é um jurista de menor gabarito que Ives Gandra Martins. Como diz o ministro Ilmar Galvão, do STF (fui aluno dele na UNB, na matéria Teoria Geral do Direito Privado): cada macaco no seu galho".
CONTÍNUA
Depois de uma reunião realizada ontem, com auxiliares do Palácio do Planalto, alguns parlamentares federais de Roraima saíram com a nítida impressão de que Lula já bateu o martelo: vai homologar a Raposa/Serra do Sol em área contínua. E já mandou avisar que não quer protestos depois.