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Bom dia,

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
06 de Dez de 2002

Quem tiver vontade verdadeira de contribuir para resolver a questão local, envolvendo índios versus produtores, precisa se convencer que ela não é apenas jurídica e envolve aspectos ideológicos. Também é importante saber que os agentes e personagens envolvidos estão movidos por interesses múltiplos, alguns legítimos outros não, que nem sempre atendem aos índios ou aos produtores rurais.
É fundamental igualmente saber que este imbróglio está no meio de dois grupos de radicais; de um lado os índios e seus "defensores" que desejam romper com a tradicional política integracionista gradual prevalecente no Brasil desde Cândido Rondon; e de outro, alguns representantes de elites locais, rural e urbana, que teimam em negar aos indígenas o elementar direito da sobrevivência.
Se o desejo político for o de buscar uma solução negociada para a questão indígena de Roraima, é preciso isolar do processo decisório essa gente que aposta no conflito. No fundo, a maior parte dos defensores do isolacionismo dos índios está mais interessada em esterilizar uma parcela significativa das fronteiras internacionais do Brasil, para atingir objetivos que estão muito longe dos direitos dos índios brasileiros.
Os que teimam em desconsiderar que a população indígena tem direito histórico e constitucional sobre as terras que habita são igualmente danosos para a busca de solução pacífica para o conflito. Estão fora do eixo da história e se recusam a acreditar que o mundo mudou. Como os isolacionistas, devem ser ouvidos, pelo respeito ao contraditório, mas colocados fora do eixo de decisão.

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