VOLTAR

Bom dia,

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
14 de Mar de 2003

A ministra do Meio Ambiente Marina Silva, disse ontem, que o governo brasileiro havia dispensado o apoio do Canadá, Espanha e Estados Unidos que disponibilizaram a aviões para combater os incêndios em Roraima, porque na região não existem pistas de pouso de apoio e muito menos manancial d'água para abastecer as aeronaves. A afirmação da ministra reflete o pouco conhecimento que o governo federal tem da realidade de Roraima. Todos sabemos da existência de alguns aeródromos e um número maior ainda de pistas clandestinas espalhadas pelos lavrados roraimenses. De outro lado, apesar da estiagem, não é tarefa difícil localizar mananciais para abastecer esses aviões.
De qualquer forma, as declarações da ministra brasileira dão um mote interessante para que se adiante a discussão quanto às possibilidades da adoção de práticas preventivas, capazes de reduzir os efeitos anuais da queima de pastos e florestas no Estado. No fundo, todos sabem que entre dezembro a final de março, índios, pequenos produtores e fazendeiros utilizam o fogo para fazer roças e melhorar (na avaliação deles) os pastos ressecados pela falta de chuva.
Se o desejo do governo for mesmo o de combater o fogo para evitar desastres ambientais, não sairia muito caro construir pistas de apoio espalhadas nas áreas de maior incidência dos focos e dotá-las de estrutura de captação d'água (poderiam ser utilizados rios e igarapés ou mesmo através de poços artesianos). Ao lado disso, está na hora de iniciar-se uma discussão definitiva, quanto a adoção de rigor absoluto na concessão de autorizações para desmatamento expedidas pelo Ibama.

DESINTEGRADO
Um oficial bombeiro diz não entender a razão do PrevFogo (Ibama) estar dissociado do Gabinete Emergencial de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais. Acredita que devido a desintegração, surgem informações distorcidas como as transmitidas para todo o país através das redes de televisão pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a respeito das queimadas em Roraima.

ESTRATÉGIAS
Por incrível que pareça, a ação de combate aos incêndios florestais não têm comando único. O PrevFogo tem suas próprias estratégias, e, embora com o mesmo objetivo, em alguns casos, divergem daquelas adotadas pelo Gabinete Emergencial. Entre autoridades envolvidas com o combate aos incêndios florestais, todos estranham o fato da ministra Marina Silva não ter vindo a Roraima ver a situação dos incêndios, já que se encontrava em Manaus.

FAZ PENA
Um bombeiro que atua no front do combate ao fogo disse que é de fazer pena a quantidade de animais silvestres carbonizados pelos incêndios florestais. "Se o Ibama tem medo que caçadores coloquem em risco as espécies, pior é o fogo que nem multa paga", ironizou o profissional. De acordo com ele, antas, veados, pacas, cotias e jabutis, fazem parte da lista dos principais sacrificados.

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.