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Bolsonaro volta a defender o 'boi-bombeiro' para apagar fogo do Pantanal

OESP - https://sustentabilidade.estadao.com.br/noticias/geral
23 de Nov de 2020

Bolsonaro volta a defender o 'boi-bombeiro' para apagar fogo do Pantanal
Membros do governo defendem que a ampliação das áreas depastagens reduziria as queimadas, mas estratégia é rechaçada por diversosespecialistas e organizações socioambientais

André Borges, O Estado de S.Paulo
23 de novembro de 2020
BRASÍLIA

 - Com os quadros profissionais do Ibama edo InstitutoChico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) reduzidos e sem condições defazerem o combate dos incêndios nas florestas, o presidente Jair Bolsonaro voltoua defender, nesta segunda-feira, 23, a utilização do "boi-bombeiro" como saídapara reduzir os incêndios no Pantanal."Fogo lá no Pantanal. No passado, a gente podia deixar o boicomer o capim acumulado, agora não pode mais. Então, acumula uma massa vegetalmorta muito grande e, quando vem o fogo, incendeia e o negócio é umabarbaridade. É o boi-bombeiro. Quando fala, é galhofa. O pessoal que nuncapisou no capim falando mal do produtor rural", afirmou Bolsonaro ao conversar comapoiadores na manhã desta segunda-feira, em frente ao Palácio da Alvorada.Em outubro, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles,eximiu o governo de culpa pela disparada das queimadas no Pantanal e defendeu acriação de gado na região para reduzir a "massa orgânica". Salles defendia umaproposta feita dias antes pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, quetambém disse que a ampliação das áreas de pastagens reduziria as queimadas. "Senós tivéssemos um pouco mais de gado, o desastre teria sido menor", disse aministra, na ocasião."Eu falo uma coisa que, às vezes, as pessoas criticam, mas oboi ajuda, ele é o bombeiro do Pantanal, porque é ele que come aquela massa docapim. É ele que come essa massa para não deixar que ocorra o que neste ano nóstivemos. Com a seca, a água do subsolo também baixou em seus níveis. Essa massavirou o quê? Um material altamente combustível, incendiário. Aconteceu umdesastre porque nós tínhamos muita matéria orgânica seca, e, talvez, se nóstivéssemos um pouco mais de gado no Pantanal, teria sido um desastre atémenor", declarou Tereza Cristina, durante audiência pública realizada emoutubro, no Senado.A estratégia defendida por Bolsonaro e seus ministros érechaçada por diversos especialistas e organizações socioambientais. Nãoexistem dados científicos que sustentem a tese de que focos de incêndio possamvariar conforme aumento o  tamanho do rebanho no Pantanal.O ano de 2020 é o pior de toda a série histórica, iniciadaem 1998, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que mede onúmero de focos de incêndios em todo o País. Entre 1 de janeiro e 22 denovembro, o Pantanal já acumula 21.812 focos de incêndio, mais do que o dobrodo verificado nos 12 meses do ano passado, quando foram registrados 10.025focos no bioma. Ainda com dados parciais, 2020 já equivale à soma dos focos verificadosnos quatro anos anteriores. Os meses de novembro e dezembro tendem a registrarum volume menor de fogo, por causa das temporadas de chuva. 

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