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Bolívia quer vender mais gás ao Brasil

Correio Braziliense-Brasília-DF
11 de Dez de 2001

O presidente da Bolívia, Jorge Quiroga, chegou ontem no final da tarde a Brasília. Ele tem reunião de trabalho hoje com o presidente Fernando Henrique Cardoso, com o objetivo de ampliar acordos bilaterais no campo energético.
Conhecido como Tuto, Quiroga, de 41 anos, é engenheiro e substituiu há cinco meses o general Hugo Bánzer, que renunciou à Presidência para se dedicar ao tratamento contra o câncer.
Vender mais gás e adiantar os pagamentos de vendas futuras do combustível estão entre os principais temas da viagem. Os dois países assinaram contrato em 1998, que prevê a venda de 30 milhões de metros cúbicos de gás durante 20 anos. O gasoduto começou a funcionar há quase três anos.
Atualmente, a Bolívia exporta para o mercado brasileiro cerca de 12 milhões de metros cúbicos de gás por dia e quer aumentar para 30 milhões de metros cúbicos de gás diários até 2004.
Quiroga pretende acelerar o prazo do contrato de compra e venda de gás e ampliar a oferta exportável a curto prazo com a construção de um novo gasoduto. Segundo o embaixador da Bolívia no Brasil, Gonzalo Montenegro, a expectativa é aumentar as vendas em 10 milhões de metros cúbicos de gás diários.
Comprar mais gás boliviano também está nos planos da Petrobrás, que investiu US$ 900 milhões na produção de gás entre 1996 e 2000. A crise energética brasileira e o aumento da demanda de hidrocarbonetos na região Sudeste pesaram na decisão.
A viagem de Quiroga será a oportunidade para criar uma comissão binacional energética, presidida pelos ministros de Minas e Energia, José Jorge, do lado brasileiro, e Desenvolvimento Econômico, Carlos Kempff, do boliviano.
A missão boliviana se encontrará com o vice-presidente do Brasil, Marco Maciel, com o ministro da Energia, José Jorge, empresários do setor e o presidente da Petrobras e do Banco do Brasil. Na quarta-feira, Quiroga viaja ao Rio, onde vai se reunir com empresários brasileiros. Depois do Rio, ele volta a La Paz para enfrentar um país em crise, provocada pelo assassinato de um camponês cocalero (produtor de folhas de coca) na sede do sindicato, semana passada, supostamente por membros do Exército. Os camponeses estudam retomar as mobilizações contra o governo.

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