O Globo, Economia, p. 25
21 de Set de 2005
BNDES vai financiar parque eólico
Mirelle de França
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou ontem um empréstimo de R$ 465 milhões para a construção de um parque eólico (que gera energia pela força do vento) em Osório, município do Rio Grande do Sul, que terá capacidade de geração de 150 megawatts (MW). Será o maior do gênero no país e segundo no mundo. Durante a construção, serão criados 500 empregos diretos.
O financiamento do BNDES para a Ventos do Sul Energia - sociedade formada pela espanhola Enerfin Enervento, a brasileira Wobben e a CIP Brasil - corresponde a 69% do total do projeto. A linha é parte do Programa de Apoio Financeiro a Investimentos em Fontes Alternativas (Proinfa), que dá apoio à geração de energia alternativa. A Ventos do Sul pretende construir três parques eólicos no país: Osório, Índios e Sangradouro.
- Trata-se de um projeto importantíssimo. É a maior aprovação do Proinfa até agora e também o primeiro parque de energia limpa (não poluente) do país - disse o vice-presidente do BNDES, Demian Fiocca.
Ao todo, o Proinfra já aprovou 12 projetos apenas este ano. Os empreendimentos de energia eólica chegam a sete e somam investimentos totais de R$ 1,4 bilhão. A previsão total de financiamento é de R$ 821,4 milhões.
Banco aprovou R$ 11,8 bi em créditos para infra-estrutura
O Proinfra também apóia projetos de energia alternativa, cujas fontes são a biomassa, e as pequenas centrais elétricas (PCHs), disse Fiocca:
- O Proinfra tem o mérito de contribuir para ampliar a matriz energética com uma energia mais limpa, no caso da eólica. Já a biomassa (bagaço da cana-de-açúcar) combate o desperdício do insumo. As PCHs têm a vantagem de levar energia onde as grandes redes não chegam.
O vice-presidente acredita que o governo está cumprindo seu papel de promover investimentos em infra-estrutura, seja por meio do plano estratégico da Petrobras (entre 2006 e 2010, a estatal vai investir US$ 56,4 bilhões) ou via BNDES, caso do Proinfra:
- É equivocada a tese de que o governo federal está com um baixo desempenho no que diz respeito aos investimentos em infra-estrutura. Estamos ajudando o setor por meio da concessão de crédito.
De janeiro a agosto de 2005, o banco aprovou financiamentos de R$ 11,8 bilhões para o setor de infra-estrutura. O montante foi 24,2% superior aos R$ 13,6 bilhões aprovados no mesmo período de 2004.
O Globo, 21/09/2005, Economia, p. 25
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