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Blairo Maggi condena Hidrovia Araguia-Tocantins

24 Horas News-Cuiabá-MT
10 de Abr de 2003

Se depender o governador Blairo Maggi o projeto da Hidrovia Araguaia-Tocantins vai continuar onde está: parada. "Eu não acredito na viabilidade econômica desta hidrovia por que ao contrário da Paraguai-Paraná não há navegação comercial", disse o governador nesta sexta-feira mostrando-se contrário a qualquer tipo retificação nos rios para aumentar o colado dos leitos e adaptar-se às embarcações.

Na área ambiental, o governador avaliou como positivo nos 100 dias de seu governo a "mudança de filosofia no trabalho da Fema, priorizando ações educativas em detrimento das punitivas".

Considerou, ainda, como meta já atingida doação de kits de informática para 24 prefeituras (oriundos do Prodeagro e Furnas).
Também citou como ação de seu governo a elaboração e envio para a Assembléia Legislativa do projeto para a nova Lei da Pesca.

O projeto da Hidrovia Araguaia-Tocantins (hATo), de 1995, é um dos eixos do programa Avança Brasil, ou Plano Plurianual (PPA), 2000-2003, do governo federal. Ele objetiva a redução dos custos no escoamento da produção de soja produzida no Centro-Oeste do país para Roterdã, Holanda, via Porto do Itaqui, em São Luís (MA).

A administração do assunto é de responsabilidade do Ministério dos Transportes e já existe uma Administração da Hidrovia do Araguaia-Tocantins (Ahitar). A Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), da Universidade Federal do Pará (UFPA), elaborou o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), rejeitado pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, depois de denúncias de meios ambientalistas, especialistas e organizações sociais e indígenas. Nem mesmo o Ministério do Meio Ambiente tinha participado do estudo.

Caso não morra na praia, a hidrovia deverá cortar 2.012km de cinco estados, dez áreas de conservação ambiental, incluindo a maior ilha fluvial do mundo, a Ilha do Bananal. O empreendimento afetará 35 áreas indígenas, com uma população de 10 mil indivíduos. Entre as intervenções, estão previstas 87 explosões de dinamite, com o objetivo de destruir diques naturais de formações rochosas.

Glenn Switkes, coordenador da organização não-governamental norte-americana (ONG) International Rivers Network, declara que "a remoção de rochas pode levar a grandes mudanças hidrológicas na biologia de importantes ecossistemas de pântanos situados ao longo do curso do rio, afetando lugares como o pântano do rio das Mortes e a Ilha do Bananal".

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