VOLTAR

Bird quer desenvolvimento sustentável

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
23 de Nov de 2002

Na reunião com governadores da Amazônia, o presidente do Banco Mundial (Bird), James Wolfenson, disse que sua agência quer investir na Amazônia, em projetos de desenvolvimento sustentável. Presente ao encontro, o governador de Roraima, Flamarion Portela (PSL), destacou que a franqueza entre os participantes.

Ao falar das ações futuras para o Estado, Flamarion reforçou a determinação em resolver o problema fundiário visando fomentar o projeto da agricultura industrial.

Segundo ele, o presidente do Bird disse ter vontade em estabelecer parcerias, fazendo esta vinculação com os estados e não apenas com a União. James Wolfenson destacou que são prioridades na Amazônia o homem e o desenvolvimento sustentável, tendo em vista a necessidade de preservação da floresta amazônica - dentro do princípio da intocabilidade - sem esquecer o combate à pobreza.

Reproduzindo declarações do financista, o governador disse que Wolfenson se ofereceu como instrumento para viabilizar as parcerias, mas se o Brasil não se interessasse, o Bird iria a outros países buscando efetivar trabalho semelhante ao que propunha ao Brasil.

"Ele não declarou o total de recursos que o banco poderá investir na Amazônia. Depende da definição daquilo que queremos e como isto será apresentado em forma de projetos com estudo de viabilidade para criar a condição do desenvolvimento sustentável", disse Flamarion.

AGRICULTURA - Flamarion Portela admite que estimular a agricultura em escala industrial é um projeto que Roraima não pode descartar. Lembrou da euforia de produtores roraimenses ao anunciarem a venda de arroz, soja e milho no porto de Itacoatiara. Porém, lamentou que a comemoração pelos bons resultados com a produção de grãos ocorra no mesmo instante em que o Estado tem que lutar para resolver a questão fundiária.

"É um problema relevante. Defendo a urgência de debatermos internamente com todos os segmentos, sem qualquer exclusão e com antropólogos, sobre o que queremos e como poderemos fazê-lo. Feito isto, elaborar nossos projetos para novas discussões com representantes do Governo Federal. Se possível, até mesmo questionar laudos antropológicos nunca atacados e que sustentaram decretos de demarcação de reservas", declarou o governador.

Ele entende que com argumentação convincente poderia resolver alguns impasses pela via administrativa. Superado o problema da questão fundiária, o governo poderia traçar políticas públicas com boa infra-estrutura de estradas e eletrificação rural. "Os produtores têm a perspectiva de colher até três safras por ano, bastando ter energia confiável para reduzir os custos de irrigação atualmente feita com óleo diesel. Sei que eles estão com vontade de crescer", destacou.

Flamarion Portela disse que outra reclamação dos produtores é quanto ao crédito. Mas, anunciou que no próximo dia 29 estará em Boa Vista o vice-presidente do Banco do Brasil.

A visita acontece após a reclamação que fez ao presidente da instituição, alegando que a superintendência regional sequer tem um engenheiro agrônomo para avaliar projetos. "Nós queremos que o Banco do Brasil também financie os nossos produtores, além de eliminar barreiras existentes no Banco da Amazônia".

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.