FSP, Agrofolha, p. B10
03 de Abr de 2007
BID anuncia empréstimo para biocombustível na AL
Banco planeja alocar US$ 300 milhões para a área
De Washington
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou ontem que planeja emprestar US$ 300 milhões em programas e iniciativas que envolvam biocombustíveis na América Latina.
O "Programa de Energia Verde" priorizará principalmente a modalidade de pequenos empreendimentos, segundo o diretor do banco, o colombiano Luis Alberto Moreno.
Além disso, o banco avalia a possibilidade de participar de três projetos de etanol no Brasil, que têm um custo total de US$ 570 milhões, e estuda outros cinco projetos ou transações do setor no país que, juntos, chegam a US$ 2 bilhões. Não está definida a forma nem a porcentagem de participação do BID.
De qualquer maneira, Moreno afirmou que o banco pretende ajudar o Brasil em sua meta de triplicar a produção de etanol até 2020 e apóia a meta do país de se tornar "um centro de excelência para pesquisa e desenvolvimento em biocombustíveis". Para tanto, o BID conversa com membros do governo brasileiro em busca de maneiras de facilitar a transferência tecnológica e a assistência técnica local para outros países da região.
O anúncio foi feito em evento ontem à tarde, em Washington, do qual participaram ainda o ex-governador da Flórida Jeb Bush e o ex-ministro da Agricultura brasileiro Roberto Rodrigues. Juntos, os três formam a Comissão Interamericana do Etanol. Na ocasião, foram divulgados os resultados do estudo global sobre o setor feito por David Rothkopf, ex-assessor de Bill Clinton.
Jeb Bush critica tarifa
Irmão mais novo do presidente americano, Jeb Bush defendeu novamente a derrubada da tarifa de importação que os Estados Unidos cobram do etanol brasileiro, de R$ 0,30 por litro. Para o ex-governador, "subsídios e tarifas retardam o processo de desenvolvimento de biocombustíveis ao proteger produtores ineficientes e desacelerar a inovação".
"Eliminar tarifas [sobre o etanol] é a melhor e mais rápida maneira, e a menos cara, de conseguirmos um aumento no consumo e na demanda", disse ele. "Afinal, por que tarifar o etanol brasileiro, colombiano ou de tantos outros se não cobramos tarifa para as importações de petróleo?", perguntou, para depois brincar: "Não faz sentido para mim, mas, afinal, não sou de Washington".
George W. Bush chegou a defender a queda da tarifa, em 2006, mas recuaria depois da pressão da bancada ruralista de seu partido (SÉRGIO DÁVILA)
Fórum da ONU em NY reúne 10 governadores
Da sucursal de Brasília
Dez governadores brasileiros desembarcarão em NY no fim do mês a convite da ONU para o Fórum de Desenvolvimento Sustentável, onde devem ressaltar o potencial dos biocombustíveis como energia limpa e fator de inclusão social. Eles falarão a banqueiros e empresários interessados em projetos relacionados a agroenergia no centro de pesquisas Council of Americas.
O objetivo é convencer investidores sobre potencialidades brasileiras na área. Grande parte dos recursos privados vão para os EUA pela maior liberalização econômica e segurança para retorno do investimento. Dois "padrinhos" da reunião serão Bill Clinton e George Bush pai. Os ministros Silas Rondeau (Minas e Energia) e Paulo Bernardo (Planejamento) devem participar.
FSP, 03/04/2007, Agrofolha, p. B10
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