Gazeta de Cuiabá-Cuiabá-MT
Autor: Keka Werneck
05 de Mar de 2004
A política de sobrevagas, para negros pobres, brancos pobres e índios, deve começar a ser implementada já a partir do próximo vestibular na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Se isto acontecer, será a primeira vez que uma universidade pública, no Brasil, adota este sistema, que, além de contemplar a questão racial, abrange ainda a questão social.
A política de sobrevagas seria a abertura de mais 30% das vagas já oferecidas pela UFMT, portanto não se trata de cotas.
Segundo o historiador e filósofo Flávio Nascimento, que é do campus de Rondonópolis, de onde emergiu esta idéia, já está praticamente pronto o relatório feito por uma comissão instituída na mesma data em que a proposta foi oficialmente aprovada pela UFMT, em 10 de novembro do ano passado.
"A partir daí, tivemos um prazo de três meses para fazer um levantamento sobre a viabilidade da idéia", explica Nascimento, que também é militante do movimento negro.
Em reunião, na última quarta-feira, entre os coordenadores dos demais cursos da UFMT, segundo Nascimento, ficou claro que "há a possibilidade de já começarem a ser instituídas as sobrevagas nos cursos em que há vagas ociosas. Já nos cursos considerados de elite, como Medicina e Direito, não há vagas ociosas, assim como, segundo seus coordenadores, não há também estrutura física e humana para atender os contemplados".
O relatório será encaminhado, como planeja Nascimento, ainda este mês, para a UFMT.
Os interessados no benefício devem informar, no ato da inscrição, por autodeclaração, a qual raça pertence e comprovar, através de documentos, sua condição social.
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