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Belezas do Parque Nacional de São Joaquim encantam pelo frio e neve

ICMBio - www.icmbio.gov.br
Autor: Luciana Melo - luciana.melo@icmbio.gov.br
06 de Jan de 2009

Neve, cascatas congeladas e frio intenso. Certamente este é um cenário incomum para um país tropical como o Brasil, mas são essas características que atraem mais de 100 mil turistas para o Parque Nacional de São Joaquim, em Santa Catarina, todos os anos.

Além do frio intenso na região e a ocorrência de neve nos meses de maio à setembro, os visitantes também vão ao parque para conferir de perto as belezas cênicas da região. Segundo o Chefe da Unidade Conservação (UC), Michel Omena, até outubro deste ano, cerca de 101 mil pessoas passaram pelo Parna e puderam observar as várias paisagens da UC, formadas por sua geologia, que se destaca pelas formações de basalto e arenito, que dão forma a região.

E além disso, também tiveram a oportunidade de entender como funciona a área de carga e descarga do Aquífero Guarani - mais importante aquífero das Américas e um dos maiores do mundo - reserva subterrânea natural de água doce, e que na área do parque transborda formando diversas nascentes, entre elas as dos Rios Pelotas, Canoas e Três Barras (Tubarão), importantes fontes de água para a agricultura, abastecimento público e geração de energia.

A condição climática peculiar do parque deve-se a sua localização. A região está situada na parte mais fria do país. Mas apesar disso, a unidade apresenta variações bem distintas, que são conhecidas localmente por "campos-de-cima-da-serra", na parte mais alta e fria do parque e região da "serra abaixo", aonde também neva, mas o inverno é normal.

O Parque Nacional de São Joaquim foi criado em 1961 e recebeu este nome pois naquela época o município de Bom Jardim da Serra era distrito do município de São Joaquim. Atualmente, sua sede fica na cidade de Urubici, principal acesso a parte pública do Parque, e próxima aos pontos turísticos mais conhecidos, o Morro da Igreja e a Pedra Furada. Este também abrange os municípios de Grão Pará e Orleans, na faixa de transição entre as Matas Atlântica e de Araucárias, que formam outras vegetações específicas como as Matinhas Nebulares e nas áreas mais altas, os campos de altitude.

Sua fauna e flora são ricas em biodiversidade, muitos são os endemismos e possui varias espécies ameaçadas de extinção. Entre os animais se destaca, o Leão Baio ou Onça Parda (Puma concolor) e entre as plantas o Xaxim (Dicksonia sellowiana) e a Adesmia reitziana, esta última localizada numa pequena mancha acima do Corvo Branco, outro local muito visitado por turistas.

O parna pretende realizar, a partir de 2009, um projeto de educação ambiental nas escolas da região. O Parque vai manter também seu apoio as pesquisas existentes e fomentar novas ações na Unidade, previstas para serem iniciadas já em janeiro.

"Através de programas de Trabalho Voluntário, o parna receberá estudantes de Ciências Biológicas e Engenharia Florestal, para tentar executar pesquisas rápidas na UC e assim agregar mais informações sobre a fauna e flora do Parque. Queremos incentivá-los a proporem projetos de Mestrado com ênfase na UC", comentou Omena.

Além disso, também estão previstas para o próximo ano, a efetiva elaboração do Plano de Manejo. "A elaboração do Plano de Manejo caminha lentamente, porém realizamos esforços junto a Coordenação do Bioma para conseguirmos a liberação de verba de compensação ambiental, para no biênio 2008 e 2009, acelerarmos o processo e conjuntamente formarmos o conselho consultivo da UC, que trabalha informalmente, analisando questões específicas como turismo na área", afirmou o chefe da unidade.

Omena garante que o maior objetivo do Parque Nacional de São Joaquim é conservar o ecossistema do sul do país, incluindo áreas de Mata Atlântica, Mata de Araucárias, Matinhas Nebulares e Campos de Altitude, para preservar amostras de biodiversidade exclusivas do sul do Brasil, possibilitando Pesquisas Científicas, Educação Ambiental, Visitação e Recreação Pública em contato com a natureza, e determinando o desenvolvimento responsável dos municípios na região do seu entorno.

"Temos em mãos a preciosa oportunidade de transformar em realidade um Parque de papel. Atualmente buscamos demonstrar a comunidade que Unidades de Conservação podem trazer benefícios a esta e a não só ser um 'criatório' de animais silvestres. Sonhamos com uma UC que garanta a preservação dos ecossistemas nela existentes e a recuperação de suas áreas degradadas, o aumento das pesquisas dentro e no entorno, transformando-a em pólo de pesquisas regional e ainda que possa trazer benefícios a comunidade através do turismo responsável em contato com a natureza", garantiu Omena.

61-3316-1974
Ascom/ICMBio

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