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BC inclui mudança do clima no gerenciamento de riscos dos bancos

FSP - https://www1.folha.uol.com.br/mercado
Autor: AMARAL, Ana Carolina
07 de Abr de 2021

BC inclui mudança do clima no gerenciamento de riscos dos bancos
Decisão foi elogiada por especialistas em finanças sustentáveis por padronizar critérios sociais, ambientais e climáticos

Ana Carolina Amaral
SÃO PAULO e BRASÍLIA

O Banco Central vai exigir que as instituições financeiras passem a incorporar à sua política de gerenciamento de riscos potenciais perdas com questões relacionadas às mudanças climáticas.
A determinação consta de novas regras colocadas em consulta pública pela autarquia por prazo de 60 dias nesta quarta-feira (7).
A ideia é que os bancos monitorem e tomem ações para se precaver de perdas com fatores como condições ambientais extremas e a transição para uma economia de baixo carbono, incorporando essas questões em seus testes de estresse e análises de cenário.
As novas regras também aprimoram requisitos que já faziam parte da estrutura de gerenciamento de riscos dos bancos nas áreas social e ambiental, com critérios para evitar que eventuais perdas impactem riscos mais tradicionais, como os relacionados a crédito e liquidez.
O BC está propondo, ainda, que os bancos passem a ser obrigados a divulgar uma Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática, com as diretrizes relacionadas a esses temas que devem nortear seus negócios e relações com clientes e comunidade. As novas regras estabelecem critérios para a implementação de ações e para a divulgação de informações.
Ao apresentar as propostas, a diretora de Assuntos Internacionais do BC, Fernanda Nechio, disse que a pandemia reforçou a importância da agenda social, ambiental e climática.
"Essa crise não necessariamente mudou o rumo das nossas atuações, mas acelerou as transformações que já vinham em andamento. Há uma grande necessidade, e também uma oportunidade, de buscarmos uma recuperação que seja mais sustentável e inclusiva", disse Nechio.
A sinalização sobre a agenda de sustentabilidade do Banco Central era aguardada desde o último setembro como resposta à crise na política ambiental brasileira, que chegou a gerar atritos com investidores estrangeiros.
O texto divulgado pelo Banco Central foi elogiado por especialistas em finanças sustentáveis por padronizar, com detalhes, os critérios sociais, ambientais e climáticos que devem ser considerados pelas instituições financeiras nas suas análises de risco.
Antes, os bancos eram obrigados a criar suas políticas de responsabilidade social e ambiental, mas não havia determinação sobre os critérios que deveriam utilizar.
"A definição de padrões mínimos viabiliza a supervisão e a fiscalização pelo Banco Central", afirma Gustavo Pinheiro, coordenador do Portfólio de Economia de Baixo Carbono do Instituto Clima e Sociedade
Outros avanços citados por Pinheiro são a obrigatoriedade da aplicação dos critérios socioambientais e a sua integração com a gestão de risco e capital.
"Deixa de ser algo apenas aspiracional e passa a ser uma medida que efetivamente leva o risco climático, social e ambiental para dentro da análise de riscos dos bancos, impactando até mesmo requerimento de capital, que é o cerne do negócio bancário."
(Com Reuters)

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