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BB apóia comunidades carentes

GM, Carreiras, p. A16
12 de Abr de 2005

BB apóia comunidades carentes

Fundação investe R$ 132 milhões e dá prioridade a projetos de geração de renda e emprego. A introdução de tecnologias simples no beneficiamento da castanha de caju no Assentamento Zé Lourenço, em Chorozinho, Ceará, trouxe enorme benefício às 71 famílias que vivem no local. Antes nas mãos de atravessadores, que pagavam 90 centavos por quilo de caju, a oferta pela matéria-prima subiu cerca de 80%, para R$ 1,60/kg. Mesmo a esse preço, as 177,5 toneladas colhidas na última safra, de setembro a dezembro, tiveram outro destino.
A modernização da minifábrica instalada no assentamento vai permitir que a castanha seja beneficiada e comercializada com maior valor agregado: de R$ 20 a R$ 22 o quilo do produto vendido ao exterior (80% da produção total) e R$ 8 o quilo comercializado no mercado interno, afirma a tecnóloga em alimentos Nicolly Paula de Souza, responsável pelo apoio à gestão do empreendimento. Hoje 17 mulheres e filhos dos assentados trabalham na minifábrica, número que deve dobrar com o aumento da produção.
Esse processo de geração de emprego e renda na agricultura familiar é uma das principais ênfases do programa de ações sociais da Fundação Banco do Brasil, que vai investir este ano R$ 132 milhões em projetos de transformação social de comunidades que vivem excluídas ou em risco de exclusão social, segundo seu presidente Jacques Pena. Foram definidas como prioritárias as regiões Norte e Nordeste e a periferia dos grandes centros urbanos, com programas focados nas áreas de educação, geração de trabalho e renda e na reaplicação de tecnologias sociais.
A disseminação, em larga escala, de processos, métodos, artefatos ou técnicas de baixo custo e que apresentam resultados positivos em áreas como educação, renda, saúde, meio ambiente, demanda por água, energia, entre outras, tem sido apoiada através da formação de uma Rede de Tecnologias Sociais, que pode ser acessada pelo site www.cidadania-e.com.br. Hoje com mais de 200 experiências bem-sucedidas em todo o País, esse banco de dados vai ser enriquecido com a nova edição do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. As inscrições começam no próximo dia 14 e vão até 30 de junho.
Três iniciativas vão potencializar o resultado dessas ações. Jacques Pena pretende ampliar o envolvimento dos funcionários do banco, que tem enorme capilaridade em todo o Brasil, em ações de voluntariado. E também aprimorar a articulação com outros institutos para a formação de parcerias em seus projetos. Hoje, seus maiores parceiros são a Embrapa, o Sebrae e a Petrobras. Além disso, a fundação quer ampliar os convênios com o governo federal, através de ministérios como o de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do Trabalho e Emprego, dos Transportes, da Indústria, Comércio e Turismo, entre outros.
Algumas ações contam também com o apoio da iniciativa privada. É o caso do Projeto Berimbau, em que a Telemar bancou metade de seu custo, de R$ 2 milhões, em ações de desenvolvimento sustentável com comunidades situadas no litoral Norte da Bahia, envolvendo agricultura familiar, pesca, artesanato e pequenas indústrias voltadas para o setor hoteleiro.
A inserção de pequenos produtores em cadeias produtivas, por meio de articulação e incentivo a empreendimentos solidários e sustentáveis, recebe apoio por meio de oito programas: apicultura, artesanato, fruticultura tropical, mandiocultura, mamona, ovinocaprinocultura e reciclagem.
No caso da cajucultura, a fundação está investindo aproximadamente R$ 2,5 milhões em sua expansão. Está prevista a inauguração de 12 fábricas e cinco centrais de classificação e seleção de castanhas para exportação, além da recuperação de 38 minifábricas e a incubação de mais 27 unidades nos estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Maranhão e Bahia. A intenção, segundo Pena, é criar 5,8 mil empregos até 2006 e garantir que a renda média familiar mensal, hoje de R$ 400, chegue a R$ 520.
Como a minifábrica de Chorozinho ainda não tem volume suficiente para ser comercializado diretamente ao exterior, o produto, por enquanto, vai para o município de Pascoal, outra comunidade beneficiada pelo programa. A partir da inauguração da Central de Pacajus, no segundo semestre, o processo será agilizado. Segundo a tecnóloga Nicolly, houve um aprimoramento do processo de produção, do campo à comercialização.
Cleonilson Sampaio do Araújo, um dos assentados, é pioneiro na região na implantação de clones da muda anão-precoce, desenvolvida pela Embrapa. Enquanto o caju gigante, natural da região, produz 240 quilos por hectare em uma copa que atinge altura de, no mínimo, 15 metros, a variedade anão-precoce produz 1,5 mil quilos por hectare, em um pé que alcança altura máxima de seis metros.

GM, 12/04/2005, Carreiras, p. A16

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