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Bayer assina com a ONU um programa destinado a jovens

GM, Saneamento & Meio Ambiente, p. A9
22 de Jun de 2004

Bayer assina com a ONU um programa destinado a jovens

Grupo divulgou também seu balanço de desenvolvimento sustentável. A Bayer destinará € 1 milhão por ano para programas de cunho ambiental voltados a jovens, nos próximos três anos. A empresa firmou uma parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) para legitimar seus projetos ambientais, que foi anunciada ontem, na sede da empresa em Leverkusen, na Alemanha. O principal deles, o Bayer Young Environmental Envoy (Byee), está sendo lançado simultaneamente no Brasil, na Colômbia, na Venezuela e no Equador.
A multinacional apresentou ainda o seu relatório de desenvolvimento sustentável, que contabiliza investimentos da ordem de €16 bilhões, nos últimos 12 anos, em ações de proteção ambiental e na melhoria das instalações e dos processos produtivos nas suas 444 unidades industriais, em mais de 160 países.
O Byee existe desde 1995, quando foi lançado na Tailândia e depois passou a abranger outros países asiáticos - Cingapura, Filipinas e, mais recentemente, Índia e China. Por meio de concurso, são escolhidos jovens estudantes que tenham projetos voltados ao meio ambiente. Os finalistas passam por treinamentos na própria empresa e em outras instituições ambientais alemãs, e tomam conhecimento das tecnologias de gestão em uso na Alemanha.
A iniciativa já levou mais de 1.000 jovens, com idade entre 18 e 25 anos, para capacitação ambiental na sede da empresa, na Alemanha. Em paralelo com o Byee, a Bayer lançou também um programa voltado para jovens jornalistas, com o objetivo de premiar reportagens sobre o tema desenvolvimento sustentável. "Nosso objetivo com essas ações é estimular a conscientização ambiental dos jovens nos países em desenvolvimento, com ênfase na difusão de conhecimentos científicos que eles possam aplicar em suas regiões de origem. Para isso, estamos colocando à disposição o know-how da Bayer", afirmou Werner Wenning, presidente do Conselho de Administração da empresa.
De acordo com Klaus Töpfer, diretor executivo do Pnuma, trata-se da primeira iniciativa apoiada pelo programa das Nações Unidas, no qual uma empresa focaliza simultaneamente a questão ambiental e a da capacitação juvenil. "Os bons resultados obtidos nos países asiáticos serviram como base para a expansão dos projetos para a América Latina e, posteriormente, para o Leste Europeu, que necessita de pessoas capacitadas para atuarem em gestão ambiental", disse.
SustentabilidadeO relatório de sustentabilidade da empresa, baseado nas normas da Global Reporting Initiative e auditado por duas companhias independentes - Arthur D. Little e Dr. Hardtke -, aponta melhorias nas emissões de gases de efeito estufa, na disposição de resíduos e na proteção das águas superficiais, com aumento das iniciativas de tratamento de efluentes e reuso industrial da água.
Em relação às emissões de gases de efeito estufa, a empresa conseguiu uma redução de 60% nos percentuais em relação a 1990. Em 1992, as operações industriais do grupo emitiram 15,5 milhões de toneladas equivalentes de gás carbônico - em 2002, foram 6,1 toneladas equivalentes. "Superamos as exigências do Protocolo de Quioto e da Comunidade Européia a partir de modificações nos processos produtivos, utilizando tecnologias avançadas, fechando instalações fabris fora da conformidade e usando cada vez menos carvão mineral como combustível nas novas plantas", afirma Udo Oels, membro do Conselho de Administração da Bayer e responsável pela apresentação do relatório. A emissão de compostos orgânicos voláteis, como óxidos de enxofre e nitrogênio, também vem caindo. A emissão de óxido de enxofre, que era de 21,6 mil toneladas em 1992, passou a 7,4 mil toneladas em 2002. No caso dos óxidos de nitrogênio, a diminuição nas emissões foi menor, mas consistente: de 17,6 mil toneladas em 1992 para 9,4 mil toneladas em 2002.
A geração de resíduos é apontada ainda por Oels como eficiente, devido ao maior aproveitamento dos materiais durante o processo produtivo e a iniciativas de reciclagem de alguns elementos. Em 1992, eram geradas 2,3 milhões de toneladas de resíduos em todo o grupo Bayer e, em 2002, o montante caiu para 1,6 milhão de toneladas. A maior parte dos resíduos sólidos – 60% - é destinada a aterros sanitários, 26% são incinerados, 14% são reciclados e 19% têm a disposição terceirizada. No entanto, atualmente a reciclagem ocupa menor espaço entre as alternativas de tratamento de resíduos. Em 1996, 36% dos resíduos eram reciclados. "Temos tido muito material proveniente de plantas em reforma e construção que não possuem valor de mercado como possível matéria-prima. Por isso, nossos índices de reciclagem são inferiores em relação aos últimos três anos", explica Oels.
O executivo destaca ainda que o controle da poluição das águas tem se aprimorado a cada ano. Ele cita a demanda química por oxigênio, principal parâmetro que analisa a presença de matéria orgânica na água, que tem diminuído em média 25% de 2000 para cá e teve uma redução de 77% em relação a 1992. Os efluentes passam por tratamento em todas as unidades e 85% voltam ao processo produtivo como água de reuso, para uso em torres de resfriamento e descargas sanitárias. "Criamos nossa política interna de uso sustentável de energia e recursos naturais em meados da década de 1980, e hoje percebemos o quanto os aspectos econômicos e ecológicos são indissociáveis. Políticas ambientais sem a devida consideração pela eficiência comercial é uma ameaça à prosperidade e à nossa habilidade de investir em progresso ambiental e social", finaliza Oels

kicker: Bons resultados obtidos nos países asiáticos serviram de base para a expansão para a A. Latina

GM, 22/06/2004, Saneamento & Meio Ambiente, p. A9

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