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Autoridades e sociedade se unem para resgatar culturas locais

Página 20-Rio Branco-AC
11 de Nov de 2002

De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), uma única pessoa, cuja identidade não é revelada, detém no Acre atualmente 2,3 milhões de hectares, o equivalente a 13% do seu perímetro total.

Como o Acre tem um dos solos mais férteis da Amazônia e um importante ecossistema, fica a impressão de que os assassinatos de Wilson Pinheiro, depois o de Chico Mendes, são apenas os mais conhecidos. Mas o Acre tem a registrar uma das áreas menos depredadas pela devastação - menos de 7% de sua área total foi alterada pelo homem, contra uma média nacional de mais de 33%.

A senadora Marina Silva (PT/AC) atribui o embrião do conceito de florestania à luta contra a expansão desse processo, através da criação de ONGs e do movimento social iniciado na década de 80 por Chico Mendes. Grande parte da metodologia econômica e social atual planejado no Acre, hoje, diz ela, nasceu de conceitos simples através de um aprendizado possibilitado pela militância entre entidades e indígenas, nas comunidades:

"A Comissão Pró-Índio é um exemplo. A entidade faz parte da história do estado de direito no Acre para as comunidades indígenas, à revelia do poder do Estado. A gente não tinha qualquer tipo de compromisso ou preocupação com esses segmentos da população. E foram as organizações indígenas e as de apoio que assumiram esse papel, que organizaram o trabalho", comenta a senadora, reeleita em 2002.

Segundo Marina, o grande desafio é transformar essas experiências exitosas em políticas públicas. "O movimento social na Amazônia deve fazer uma espécie de acerto de contas, um balanço de tudo que vem sendo feito como experiência piloto, demonstrativa, para ver em que erramos e em que acertamos. E do que acertamos, pensar o que pode ser transformado em política pública, nos âmbitos federal, estadual e municipal", disse.

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