Atraso de recursos da Funasa prejudica saúde indígena

O atraso nos repasses de recursos da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), relativos a convênios, estão prejudicando o atendimento à saúde indígena. A Diocese de Roraima está com suas parcelas atrasadas há cinco meses. Outra entidade conveniada, o Conselho Indígena de Roraima (CIR), recebeu a parcela do mês de fevereiro apenas em maio. De acordo com o coordenador do convênio pelo CIR, Paulo Daniel Morais, um atraso de três meses já havia acontecido no ano passado.

Segundo Morais, esse é um problema que está se repetindo em várias partes do Brasil.

"O ano passado, o motivo que se tinha era em função de um rigor extremo que a Funasa passou a adotar em relação ao controle administrativo dos convênios, em decorrência de denúncias, da CPI das ONGs. E isso acabou implicando em uma série de procedimentos. Nós achamos que esse era um problema pontual do ano passado. Agora, esse ano tornou a se repetir e novamente as explicações que a Funasa dá são apenas motivos burocráticos. Porque, na verdade não houve nenhuma irregularidade, não foi alegado nenhuma falha grave [nos convênios]".

Com a falta de recursos a saída encontrada pelas entidades é a semi-paralização do atendimento, mantendo apenas as atividades emergenciais. Com atendimento menos regulares nas aldeias e sem recursos para adquirir remédios, as Casas de Saúde Indígena acabam sofrendo com a superlotação.

Além dos problemas de atendimento, Morais também se queixa que o rigor utilizado pela Funasa na gerência dos recursos é o mesmo na cobrança de resultados. Porém, o especialista explica que o atraso de um mês nos repasses atrapalha todo um cronograma de trabalho, e não só as atividades do referido período.