O Globo-Rio de Janeiro-RJ
Autor: Jailton de carvalho
05 de Mai de 2002
A cobiça no garimpo em Roosevelt está deixando marcas de sangue e violência no diamante extraído na reserva dos índios cinta-larga. Pelo menos cinco garimpeiros foram mortos desde o início da corrida aos diamantes, há três anos. Para o delegado Hélio Teixeira Lopes Filho, de Pimenta Bueno, a suspeita é que os garimpeiros foram mortos por índios, que andam pela reserva com revólveres e escopetas.
A dificuldade é descobrir provas. Os corpos teriam sido devorados por onças. Dos cinco mortos, a polícia localizou as ossadas de três. As outras estão desaparecidas.
- Sem cadáver, a apuração fica muito complicada - disse o delegado.
O exemplo mais emblemático foi o assassinato de Elessandro Gomes Pereira e Geovane Rota, ambos de 21 anos. Em 27 de dezembro eles foram à aldeia buscar uma máquina resumidora deixada na reserva por Valdeci Gomes, corretor de imóveis e pai de Elessandro. Os dois tiveram um desentendimento com o índio Aguinaldo e, desde então, nunca mais foram vistos.
- Só queria encontrar a ossada e dar um enterro digno a meu filho - disse Valdeci.
Em fevereiro, o cacique César foi encontrado asfixiado e com uma das mãos decepada. Uma das hipóteses seria vingança de um rival amoroso. Mas há possibilidade de motivo relacionado ao garimpo.
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