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Ativistas são presos em protesto no Pará

OESP, Geral, p. A10
03 de Mai de 2004

Ativistas são presos em protesto no Pará
Em Santarém, integrantes do Greenpeace foram autuados diante de uma multinacional

CARLOS MENDES
Especial para o Estado

Um protesto de 800 pessoas ligadas a entidades sociais e de defesa da Amazônia, em Santarém, no oeste do Pará, terminou anteontem à tarde em violência e prisões, com ativistas do movimento ambientalista Greenpeace, fotógrafos e um cinegrafista agredidos a socos e pontapés por seguranças da multinacional americana Cargill.
Os manifestantes se concentraram na porta da empresa, passando a gritar palavras de ordem contra sua presença no Pará. Para eles, a Cargill alimenta o desmatamento que afeta a Amazônia sem trazer benefícios para o País ou para a região.
Cinco ativistas do Greenpeace acabaram presos por policiais militares e civis quando escalavam a ponte do terminal da empresa para abrir uma faixa com a mensagem "Cargill, porta da destruição". Eles foram soltos na noite de sábado.
Os ambientalistas do Greenpeace participavam do seminário Levante Amazônia, em que era debatida a expansão da monocultura da soja na Amazônia e o modelo de ocupação, que acusam não respeitar o modo de vida dos povos da região.
Mais tarde, os ativistas do Greenpeace se juntaram a um grupo do Movimento Organizado de Mulheres do Baixo Amazonas, que protestava em frente do portão da empresa com martelinhos de madeira para simbolizar a demolição da unidade da Cargill. Os seguranças da multinacional partiram para a briga ao perceber que estavam sendo filmados e fotografados.
De acordo com um dos líderes do Greenpeace na Amazônia, Nilo D'Ávila, o protesto era pacífico. "É lamentável essa violência toda. A manifestação das comunidades da região de Santarém é um grito contra o avanço da soja na Amazônia e seus terríveis impactos sociais e ambientais."
O terminal da Cargill, construído irregularmente sem a realização de estudos de impacto ambiental, causou uma revolução na economia de Santarém, sem que a prefeitura, o governo do Estado ou o governo federal tivessem tempo de se preparar para minorar os impactos desse processo.
Ninguém da Cargill quis falar sobre o episódio.

OESP, 03/05/2004, Geral, p. A10

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