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Ataque a ministros tem outro objetivo

A Folha-Boa Vista-RR
01 de Ago de 2001

Ao contrário do que prega o coordenador do CIR, o deputado federal não acredita que possa haver conflito entre índios e não-índios em Uiramutã. Disse que podem estar querendo aplicar uma tática de guerrilha para movimentar a opinião pública internacional. Salomão Cruz entende que atacar os ministros da Defesa e da Justiça é estratégia para desmoralizar as autoridades brasileiras."Não existe possibilidade de conflito. O que eles querem fazer é guerrilha patrocinada pelo Cimi, como já vem acontecendo há muito tempo. O incêndio da ponte que culminou com a morte de uma criança e a derrubada de torre de comunicação é resultado desta ação terrorista. É lamentável vermos todos estes episódios, sem que o Ministério Público ou governo brasileiro adotem uma posição mais rigorosa". Na falta de um posicionamento rigoroso, seguindo o ordenamento legal, o deputado afirmou que a entidade audaciosamente ameaça o ministro da Justiça, que tem a prerrogativa de levar ao presidente da República a homologação da reserva Raposa/Serra do Sol. "Como o cumprimento da lei não favorece os que defendem extensas áreas, eles questionam a ação do ministro". Com relação ao ministro da Defesa, o deputado disse que fica claro que as organizações não querem falar do comandante do Exército aqui, responsável pela construção do pelotão. Acredita que por trás do questionamento ao ministro da Defesa está a intenção deliberada de desmoralizar a autoridade brasileira, fazendo com que a opinião pública mundial questione a construção do pelotão de Uiramutã.Devido às ações do Cimi e do CIR, o parlamentar acredita que em poucos dias organizações internacionais começarão a pedir ao governo brasileiro que não construa o pelotão. Para ele, o objetivo é produzir fatos que interessem à imprensa, difundir as matérias através da internet e da pressão para a opinião pública internacional impedir a construção do quartel de Uiramutã. "Na verdade, o pelotão não é visto como a descaracterização da cultura índia, mas como fator que ameaça a influência do Cimi e do CIR. Se isso acontecer, a idéia de transformar regiões isoladas da Amazônia em futuras nações com característica étnica terá ido por água abaixo. Lamento este quadro e digo que o presidente da República tem sido frouxo no que diz respeito às questões ambientais e indígenas na Amazônia", reforçou Salomão Cruz.O parlamentar acha que o governo brasileiro deveria ser incisivo e mais rigoroso com o Cimi, como é com os sem-terra, funcionários públicos, grevistas. Disse que há 20 anos, quando falavam de uma política deliberada de internacionalização da Amazônia, as lideranças regionais eram desdenhadas por pessoas que se julgavam superiores, residindo no Sul Maravilha. Segundo ele, atualmente é comum ouvir opiniões de políticos conceituados, inclusive de esquerda, externando preocupação com a possibilidade de internacionalização da Amazônia. "Que a tomada de consciência das lideranças políticas nacionais permita reverter este processo. Mas não se enganem de que há em marcha uma ação acelerada de transformar parte da Amazônia em novas nações, sendo o Cimi e o CIR instrumentos poderosos na internacionalização desta área"

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