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A arte de olhar para o passado

OESP, Caderno 2, p. D5
07 de Jun de 2004

A arte de olhar para o passado
Tribo indígena extinta da Patagônia é foco de exposição no Memorial da América Latina

CAMILA MOLINA

As duas últimas descendentes da tribo indígena Selkman, que habitava a província da Terra do Fogo, Patagônia, Argentina, morreram na década de 70. Como se pode perceber, a extinção dos aborígines daquela região é recente, diz a historiadora argentina Leontina Etchelecu. Buscar a identidade dos Selkmam, mostrá-la e até mesmo apresentar a influência daquela cultura em artistas contemporâneos são os focos da exposição da qual Leontina é curadora. Patagônia Arte: Mirada será inaugurada hoje, às 17 horas, no Memorial da América Latina, com palestra de Sylvia Iparaguirre.
Leontina conta que o povo Selkmam habitava um "território de frio polar".
Viviam de maneira tribal "até a chegada do homem branco", ao redor de 1860 e, mais tarde, no início do século 20, as missões de sacerdotes chegaram a eles e a perda gradual de sua cultura foi natural.
A mostra, que tem forte caráter antropológico, já foi apresentada no ano passado no Palais de Glace, em Buenos Aires, e em março na cidade argentina de Ushuaia. Patagônia Arte é dividida em três segmentos.
O primeiro contém 48 fotografias do começo do século anterior, todas elas retrabalhadas pela antropóloga francesa Anne Chapman. Entre 1964 e 1983, Anne estudou e conviveu com o povo daquela região. Além dessa pesquisa, será exibido o vídeo Vida e Morte de los Onas (que também significa Selkmam), dirigido por Ana Montes e Jorge Preloran e que retrata as experiências da antropóloga.
A segunda parte é formada por pinturas contemporâneas de cinco novos artistas da Patagônia. Na busca de uma identidade, eles incorporam elementos da região. E a terceira é composta por grandes fotos contemporâneas coloridas de Florian von Verfecht, da paisagem da Terra do Fogo.

OESP, 07/06/2004, Caderno 2, p. D5

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